"Não foi um jogo qualquer. A
expectativa era grande em torno da estreia do Botafogo na fase de grupos.
Enfrentar o campeão argentino não nos atemorizava tanto quanto sabê-lo ser o
time do Papa, que, certamente, assistiu a partida lá do Vaticano. Os papas, como
é do conhecimento geral, estão em linha direta com Deus e assim são capazes de
operar milagres.
Desta vez, porém, foi o
Botafogo quem realizou um milagre, o milagre da multiplicação de torcedores que
somaram mais de 80 mil em menos de uma semana nos dois jogos pela Libertadores.
Sua presença foi fundamental nas duas vitórias, revelando ainda que não é por
falta de grana que os botafoguenses deixam de comparecer aos estádios.
O resultado me pareceu justo.
Acho até que o Botafogo poderia ter ampliado o marcador caso, depois do segundo
gol, não se acomodasse cedendo largos espaços ao San Lorenzo. Os argentinos têm
um invejável toque de bola, jogam sempre
na vertical – é raro vê-los atrasando as bolas – e seriam uma ameaça para
Jefferson caso soubessem cabecear nos muitos escanteios cedidos pelo Botafogo.
Confesso que estou gostando
mais do time atual (até agora!) do que aquele do ano passado com Seedorf,
Rafael Marques e Osvaldo de Oliveira. Está mais agrupado, mais pegador, mais
agressivo. Não sei se é o dedo do novo treinador, a presença da torcida ou –
por paradoxal que pareça – a ausência do holandês que concentrava mais jogadas
do que podia suportar (na sua idade). A diferença maior, no entanto, está no
fato de termos enfim encontrado um atacante – Wallyson – com a frieza e a
pontaria de um verdadeiro artilheiro. Não demora muito e seu nome começará a
ser sussurrado para a vaga de Fred na Seleção.
Deu para perceber uma visível
evolução no desempenho de Jorge Wagner e do argentino Ferreyra e a tendência é
que cresçam ainda mais na sequência dos jogos. Ferreyra,tão maltratado pela
torcida na partida contra o Deportivo, marcou um gol, correu, voltou para dar
combate e saiu aplaudido de campo. Torcedor é isso, um bloco de pura emoção que
muda de opinião a cada jogada.
De resto há que se ressaltar que
Edilson alongou seu pavio – muito curto no jogo com o Deportivo – e
comportou-se como um lorde inglês. O lateral vem correspondendo e marca melhor
do que o outro lateral, Julio Cesar, que, às vezes, deixa um “latifúndio” às suas costas. Foi pelo seu lado que Correa
perdeu um gol que até o Papa faria. Entre os volantes admito que ainda não
consegui digerir o futebol de Marcelo Mattos que só sabe cuspir e bater. Comete
falta em todas as divididas. Já Lodeiro, que subiu de produção nesta nova
posição, bem que poderia ficar depois dos treinos aperfeiçoando chutes a gol e
passes de primeira.
Ao final da partida me fiz
uma pergunta que ainda não encontrou a resposta. Por que Elias, que contribuiu
para três gols contra o Deportivo não ficou nem no banco? Seu lugar foi ocupado
por Henrique que não é escalado nem entre os reservas que disputam o Carioca.
Quem souber a resposta, por favor, encaminhe ao Blog do PC. "
7 comentários:
O Elias teve problemas na véspera e teve que ser vetado.
Excelente a análise mas acho que faltou destacar a perfeição do Bolívar na zaga.
Bolívar fez três excepcionais partidas. Contra o Deportivo lá segurou as pontas com Jefferson pois os companheiros de zaga estavam perdidos.
Na volta, ganhou todas por cima e por baixo do centroavante do Deportivo de 2m de altura.
Ontem esteve brilhante de novo, com grande senso de espaço.
Para o jogo contra o Indepediente em Quito, dessa vez, temos que viajar com antecedência e treinar na altitude para calibrar o tempo de bola, chutes, cruzamentos, etc...
Agora temos tempo, então vamos fazer diferente e melhor.
O time parece evoluir taticamente a cada jogo, mostrando muita consistência. Estão criticando o San Lorenzo mas acho que eles chegaram pouco na frente mais por nossa competência mesmo.
Abs
Pablo
Outro ponto que o Novaes não mencionou foi justamente aquele que faria menção ao melhor em campo.
Jorge Vagner.
Como se movimenta, como olha o jogo, joga de cabeça em pé.
Foi responsável direto pelos dois gols e no segundo, vendo Wallyson parado esperando a bola, lhe fez gestos com a mão como a dizer "corre, sai daí, se mexe!" e não lhe entregou a bola enquanto o garoto não saiu da marcação para fazer aquela caminhada junto à grande área até o chute sensacional (golaço segundo o periódico argentino publicou hoje).
Elias teve indisposição estomacal (vulgo caganeira) e ainda não se recuperou, inclusive é dúvida para amanhã contra o Bonsuça.
Olha só isso PC.
Este 'crube' é de "primeiríssima", um colosso, uma verdadeira .. éééé..
TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES e diga para todos se não parece indigente morando em barraco e querendo 10 milhões de indenização.
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/02/insatisfeita-com-fla-holanda-quase-troca-gavea-pelas-laranjeiras.html
FLAla sério. Leva-se décadas para se construir o bom nome do futebol brasileiro, pelo menos no campo e aí, vêm uns descamisados e ameaçam por tudo a perder. Depois ainda enganam aos seus iludidos distribuindo panos de chã.. ééé.. aquele vestuário a quem lhes chegar à frente.
Caríssimo PC, nunca te vi, há muito o admiro. Privilégio nosso poder saborear as palavras de um dos grandes de nossa Literatura neste seu espaço. Grande abraço.
Obrigado pela força e agradeço em nome do Mestre Novaes, como vc lembrou bem, "um dos grandes da nossa Literatura".
Dia 27/02, Encontro Marcado, agora com Carlos Eduardo Novaes.
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