"Não sei se o time estava devendo tal exibição a sua torcida ou se os torcedores estavam devendo tal apoio ao time. O que sei, com absoluta certeza, é que há tempos não se via uma comunhão tão completa entre o Botafogo e sua galera.
Se
os poucos gatos pingados que estiveram em Quito se arrependeram da viagem –
diante da pífia exibição do time – estou certo que eles seriam capazes de dar a
volta ao mundo para assistir a atuação de gala com que o Glorioso passou por
cima dos equatorianos na noite de quarta-feira. Noite que já gravou sua
presença na história do clube.
O
Botafogo esteve irreconhecível (irreconhecível para melhor, bem entendido). Esqueceu
aquele futebolzinho burocrático – que vem da época do Osvaldo de Oliveira – de
toquinhos para os lados e bolas lançadas ao léo dentro da área e como um
gigante desperto transformou-se no time dos nossos sonhos: reduzindo espaços,
com a faca entre os dentes e construindo jogadas verticais (ufa! até que enfim!) que, com pouco mais de
sorte, poderia dobrar o tamanho da goleada. Jefferson teve tanto trabalho
quanto o equatoriano Ramirez em Quito. Ou seja, nenhum.
Confesso
que antes da partida uma nuvem negra atravessou minha cabeça lembrando a final
da Copa do Brasil em 1999 contra o Juventude quando o Botafogo botou água no
entusiasmo de mais de 100 mil torcedores no Maracanã. Vai ser uma tragédia
grega, pensei, nem quero imaginar a possibilidade. Nos movimentos iniciais do
jogo porém, ficou claro que este era outro Botafogo e não iria deixar barato. A
solada de Marcelo Mattos, logo nos primeiros minutos mostrou ao Deportivo quem
iria cantar de galo naquele terreiro.
Marcelo
Mattos, por sinal estava mais tenso do que uma corda de violão, e cheguei a
temer por sua expulsão. Mais pilhado do que ele estava o lateral Edilson que
fez uma bela partida, mas deve agradecer ao juiz por sua permanência em campo
depois de um “carrinho assassino”. Das cadeiras era possível observar os nervos
de Edilson à flor da pele, que a continuar com tamanho desequilíbrio emocional
é o meu favorito para ser expulso em algum próximo jogo da Libertadores.
Quando
se vence por 4 a 0 fica difícil apontar deficiências. Saltou aos olhos apenas
as dificuldades do “tanque” Ferreira com a bola nos pés. Bem mais fácil é
indicar as melhores contribuições para a chamada insofismável vitória.
O
lateral Julio Cesar jogou uma partida excepcional, como não o vi fazer em todo
o Brasileirão. O uruguaio Lodeiro – que parece ter três pulmões – correu o
campo todo e só lhe faltou um gol – precisa passar “giz no taco” –
para
consagrar sua atuação. Elias mudou o jogo do Botafogo ao entrar no segundo
tempo participando dos três últimos gols. No segundo deixou Wallyson na cara do
gol com um passe de precisão cirúrgica digno dos melhores armadores. Por fim
Wallyson, um artilheiro com a pontaria, o senso de colocação e – mais
importante - a frieza que tem faltado aos nossos atacantes. No gol em que
cortou um zagueiro dentro da área e colocou a bola com a mansidão de quem sabe
o que faz lembrou-me o deputado Romário nos seus melhores momentos.
Enfim
o Botafogo atravessou o Rubicão da Libertadores, os torcedores foram felizes
para casa (ou parar os bares), o técnico Eduardo Húngaro garantiu seu emprego e
o time tem um longo caminho a percorrer pela America do Sul. Já na próxima
terça-feira vai encarar o argentino San Lorenzo de Almagro que – para os que
não sabem – é o time do Papa Francisco. Para superá-lo, só acreditando que Deus
é brasileiro... e botafoguense. Assim vamos papar o time do Papa. "
11 comentários:
Belo artigo de Novaes - o que soa redundante. Ele faz muita falta. Assim como o bom futebol e o Botafogo. Seja bem vindo Novaes!!!
Fábio Lau
O Papa é San Lorenzo mas Deus é alvinegro.
E o sentimento do CA Novaes foi o mesmo que tive (e externei em comentário lá no meu blog): fui para o Maraca sabendo que teríamos outro junho de 99, em matéria de povo/torcida e também com medo de que o jogo se amarrasse como aquele se amarrou. Esqueci que a vocação deste time de hoje seria a do ataque, com atacantes prontos para o que desse e viesse (até o ainda em má forma Ferreyra meteu bola na trave).
Naquele jogo do time do Bebeto, não tínhamos também um atacante de respeito e foi justamente o que faltou para que aquela tarde de (a conta é minha) 110 mil alvinegros presumidos pela mídia mas, pela invasão e pelo que víamos do movimento da arquibancada atrás do gol da UERJ, pelo menos uns 130 mil depois que as bilheterias foram abertas logo no início da partida (os ingressos, em número de 100 mil, se esgotaram e deixaram o povo entrar).
Na terça vai ser osso. O time argentino é arrumadinho, ou seja, defesa segura, meio de campo que cria e que cria para homens lá na frente em condições de concluir (tudo o que os equatorianos não eram capazes de fazer ontem).
O Papa é San Lorenzo mas Deus é alvinegro.
E o sentimento do CA Novaes foi o mesmo que tive (e externei em comentário lá no meu blog): fui para o Maraca sabendo que teríamos outro junho de 99, em matéria de povo/torcida e também com medo de que o jogo se amarrasse como aquele se amarrou. Esqueci que a vocação deste time de hoje seria a do ataque, com atacantes prontos para o que desse e viesse (até o ainda em má forma Ferreyra meteu bola na trave).
Naquele jogo do time do Bebeto, não tínhamos também um atacante de respeito e foi justamente o que faltou para que aquela tarde de (a conta é minha) 110 mil alvinegros presumidos pela mídia mas, pela invasão e pelo que víamos do movimento da arquibancada atrás do gol da UERJ, pelo menos uns 130 mil depois que as bilheterias foram abertas logo no início da partida (os ingressos, em número de 100 mil, se esgotaram e deixaram o povo entrar).
Na terça vai ser osso. O time argentino é arrumadinho, ou seja, defesa segura, meio de campo que cria e que cria para homens lá na frente em condições de concluir (tudo o que os equatorianos não eram capazes de fazer ontem).
E a palhaçadinha continua.
O jornal da emissora que manda anunciou falar de esporte no último capítulo mas a competição gelada na Rússia, que interessa menos aos brasileiros do que uma panqueca americana, tomou conta do espaço e nenhuma menção foi feita ao artilheiro da Libertadores e ao show de bola de ontem, noticiado até no país do time que perdeu o jogo.
O BOTAFOGO INCOMODA MESMO MUITA GENTE.
Wallyshow disse que foi o melhor momento da sua vida depois do nascimento do filho.
Para curtir com o herdeiro então, levou-lhe de presente um chocolate.
Xô-Quito.
O Dep. Quito viajou sonhando, achando que o Botafogo era um reles pagador de micos internacionais e assim, muito mal informado, vejam aonde foi treinar o time lá do morro...
http://oglobo.globo.com/esportes/deportivo-quito-fecha-parte-do-treino-imprensa-11492335?topico=libertadores-2014
Não deu outra. Juntou-se com gente que só entra no torneio para pagar micos (inclusive o de 1981).
E muita baboseira e pouco título. Pronto falei.
O que foi epico para voces e rotina para nos!
Isso e abismo!
Saudacoes do gigante de fato!
Atravessado o Rubicão, vamos ultrapassar fronteiras.
Alea jacta est.
(sim, desta vez tive que ir ao dicionário).
Resta agora aguardar o Novaes na quarta, confirmando que Deus é Botafoguense.
http://www.youtube.com/watch?v=emOSI3Fa8BU
"Xixizinho básico ??"
depois fala do xexa !!
:)
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