Colunista flamenguista assume o chororô tricolor

Amigos, amigas e tricolores: como o nosso JLF está de novo de férias nas Ilhas Gregas, com o polpudo salário que pago aqui no Blog, contratei por R$ 1,99 o Sydd Benn, o Interino.

São tantas insanidades que vale a pena publicar aqui no Blog para a gente se divertir. A maior delas: Framenguista dizendo que o Botafogo se beneficiou da arbitragem. Mata-me de rir.

OS DO PC: como framenguista é sempre metido a esperto, Sydd Benn achou que eu pagaria R$ 1,99, em vez de todo o texto, e escreveu pra cacete – e mais um pouquinho.

Constato, com humildade, que a última rodada do Campeonato Carioca confirmou algumas afirmações feitas há poucos dias neste espaço. Vamos a elas:

VASCO - Como previsto aqui semana passada, o Vasco não será rebaixado (falo do Campeonato Estadual; o Brasileiro é outra história). A mudança de técnico ajudou a mudar o astral e o time obteve sua primeira vitória. O elenco é fraco, mas não a ponto de ficar fora dos 14 melhores do Rio.

Devo dizer que fico extremamente feliz com a vitória do Vasco, agremiação pela qual tenho a maior simpatia.

Foi o segundo time da cidade a aceitar negros (o primeiro foi o Bangu), num momento em que os moreninhos do Fluminense esticavam o cabelo com pente de ferro aquecido e passavam pó-de-arroz no rosto para parecerem brancos. É o time de figuras simpáticas do samba, como Paulinho da Viola, Aldir Blanc, Martinho de Vila e Teresa Cristina. E tem, entre seus torcedores, cariocas da melhor estirpe, como Sérgio Cabral (pai).

Na época em que foi penta vice do Flamengo, o Vasco sempre aceitou seu destino com galhardia. Quanta diferença com o chororô do Botafogo diante das câmeras de TV! Aliás, até hoje, quando me lembro daquele espetáculo lamentável, me vem à cabeça uma expressão chilena: “verguenza ajena”. É algo vergonha pelo outro.

O Vasco, não. Suportou inclusive gozações, com alto espírito esportivo. E nunca se prestou a um papel como aquele em que dezenas de homenzarrões se debulhavam em lágrimas na TV. O Vasco tem hombridade!

Pode aspirar, inclusive, o segundo lugar de seu grupo na Taça Rio – ficando atrás apenas do Flamengo – e, assim, disputar uma das semifinais. Se isso ocorrer, terão recebido uma boa lição aqueles detratores que insistem em classificá-lo como pequeno ao lado do Botafogo, outra vítima da má-vontade de alguns sectários só porque praticamente não tem torcida.

Já disse aqui e reafirmo: em termos estaduais, tanto Vasco como Botafogo devem ser considerados grandes. Não aceito sequer que queiram classificá-los como médios, ao lado de América, Bangu e, talvez, o Americano do tempo do Caixa D´Água.

BOTAFOGO - Como aconteceu em seu único título nacional e na reta final do estadual do ano passado, o Botafogo continua tendo uma ajuda importante dos juízes. No jogo de ontem, nem o PC concordou com a marcação do segundo pênalti contra o Fluminense. Soube por um amigo comum, Gilson, colega de trabalho na Facha, que o PC se disse envergonhado pelo que aconteceu no Vazião. Mesmo que não tenha coragem suficiente para estampar essa opinião em seu blog, o fato de PC admiti-la em círculos íntimos (opa!) é um avanço. Em tempo: faça-se justiça. PC não admite outras coisas em seu círculo íntimo.

Aliás, na segunda-feira desta semana veio à tona uma informação relevante: o juizinho que decidiu a partida no domingo é chefe de gabinete de um vereador botafoguense fanático, praticamente irmão do presidente do clube. 

Creio que até o PC – um bom coração que costuma se perder pela paixão clubística cega – admite ser um problema que erros de juízes determinem o resultado de jogos. Isso tira a credibilidade da competição e afasta o público.

Ainda sobre o Botafogo, é preciso valorizar o trabalho de Joel Santana. Ele não é culpado por erros do juiz. Aliás, é preciso ser justo: assim como Joel não é culpado pela ajuda que recebeu do juiz, o Botafogo tampouco o é. Se depois de Loco Abreu perder o primeiro pênalti (de maneira ridícula, diga-se) o juiz resolveu dar-lhe uma segunda chance, paciência. Problema dele, juiz.

Mas Joel está fazendo o seu papel de forma admirável. Transformou um time sem camisa, sem ânimo, sem personalidade e sem fibra, como tradicionalmente tem sido o Botafogo, num grupo que, embora limitado tecnicamente, luta e não se intimida pelo fato de jogar sempre com a maior parte da torcida contra, mesmo quando as partidas são no Vazião.

Que diferença do Botafogo que estamos acostumados a ver!

FLAMENGO - Como também foi dito aqui, apesar das estrelas, o Flamengo hoje não tem um time arrumado. Sua defesa é fraca; Welinton está muito mal e o bom Maldonado continua sem ritmo.

Ronaldinho tem mostrado vontade, mas está mais para o R80 do Milan do que para o R10 do Barcelona. É melhor do que a média do que existem por aí, mas não é, nem será mais, aquele eleito o melhor do mundo por três vezes.

Thiago Neves ainda não está em sua melhor forma e Deivid, bom, desse nem preciso falar. Já está rico e faria melhor se parasse de jogar. Luxemburgo deve ser muito amigo de seu empresário para mantê-lo no time.

Penso que o Flamengo estará pronto apenas para o Campeonato Brasileiro. Até lá pode até ganhar títulos, porque tem camisa, tradição e torcida, o que faz com que muitos adversários se intimidem ao enfrentá-lo (quem não se lembra das decisões por pênaltis contra o Botafogo?).

Mas a verdade – e faço absoluta questão de manter a imparcialidade nestes comentários – é que hoje o Flamengo não é o melhor time do Rio.

FLUMINENSE - Prejudicado pelo juiz, acabou sendo punido duplamente: perdeu o jogo e deve ser obrigado a enfrentar o Flamengo na semifinal. O jogo deste domingo – como bem afirmou Loco Abreu em entrevista no vestiário – valia apenas para ver que fugiria do Flamengo na semifinal. E o Fluminense se deu mal.

De qualquer forma, para mim, o Fluminense ainda é o favorito para vencer a Taça Guanabara. Tem o time mais arrumado e se fortaleceu em relação ao que venceu o Campeonato Brasileiro. Não será surpresa se vencer o Flamengo na semifinal e, depois, atropelar o Botafogo, conquistando o Estadual.

Isso, claro, se o juiz não for de novo o Gutemberg.

Fico por aqui. Até a próxima.