quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Steve Martin plagiador?



Meus amigos
Disse e repito: gosto de ler a revista piauí. Mas um texto me deixou com a pulga atrás da orelha, com o sentimento de "já vi esse filme". No caso, literalmente, pois o autor do texto é ator. Steve Martin. O texto? "O inventor da caixinha de cd chega ao Inferno". Começa lembrando que o criador da embalagem de cd "empenhou-se com afinco em embrulhar os cds com celofane e com aquela fita pegajosa que não desgruda de jeito nenhum". Quem já não ficou p da vida ou quebrou a unha tentando abrir uma embalagem de cd?

Mais adiante, o autor e ator conta que o inventor ao chegar lá embaixo conversa com uma serpente que lhe serviu como uma espécie de recepcionista do chamado Belzebu. Diz que "quis fazer uma embalagem que obrigasse o comprador a ir na cozinha buscar uma faca, porque assim pelo menos teríamos a chance de ele decepar a própria mão". Conta todos os detalhes da invenção e diz que o inventor do cd sentou-se à direita do Malvadeza (não confundir com o outro, que dizem que é pior); enquanto que "Cérbero, o cão de guarda do Hades e notório criador do abacaxi e...".

Como disse, já vi esse filme; ou melhor esse texto. E quem escreveu foi Luis Fernando Veríssimo, aquele mesmo a quem muita gente atribui textos que não escreveu. No caso, escreveu sim. E, salvo engano do excesso de casca de queijo que consumi por toda a minha vida, o filho do Érico, botafoguense no Rio, fala exatamente do inventor da caixa de cd e do criador do abacaxi. Acho que tenho em papel nos meus arquivos. Vou tentar encontrá-lo no meio da minha eterna bagunça.

Curioso que a mesma piauí traz um texto muito interessante sobre "as atividades escusas de um dos maiores poetas do Brasil". Quem é ele? O poeta do Maranhão, Ferreira Gullar. O texto começa afirmando que Ferreira Gullar é um falsário. No mesmo parágrafo, o poeta garante: "Eu copio muito. Já faz vinte anos que comecei.". Um belo exemplar de ironia, da qual Luis Fernando Veríssimo também já foi vítima.

Ferreira Gullar não copia. Não é bem assim. Leiam a revista. Mas será que o Steve Martin andou lendo o Luis Fernando Veríssimo?

São 2 e 10 da matina. Vou dormir. Perdoem algum erro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse texto do Steve Martin foi publicado na New Yorker em 1999. Provavelmente já rodou a internet alguma tradução atribuída ao Luis Fernando Veríssimo. Como você mesmo disse, muitos textos são atribuídos a ele.

user disse...

E quem Jô Soares estaria..hãn-hãn... plagiando? O apresentador cita a tal arte de abrir um CD com tanta naturalidade que parece até mais um de suas piadas. Abs.

Anônimo disse...

O Pior é que, se o texto é do Steve Martin, de quem é a tradução medíocre?
Traduzir Häagen-Dazs (suponho eu)por chicabon é dose....