Amigos, amigas e tricolores: entrou um "intelectual" aqui no Blog e chamou os botafoguenses de babacas. Acho que sobrou para alguns de vocês não botafoguenses também (ver comentários no post abaixo). Por isso, para provar que não escrevo apenas babaquices, estou postando aqui um antigo texto que escrevi sobre o filósofo Spinoza. Pô! Sou filho único e pisciano e gosto de agradar a todos os que visitam o Blog.
Juro que a partir de agora ninguém lerá mais babaquices no Blog.
Você conhece um tal de Spinoza? Ou Será o Benedictus?
Spinoza para mim é Valdir. Ou melhor, Valdir Spinoza, técnico de futebol. Ou, mais do que tudo, “São Valdir Spinoza”. Afinal, foi ele quem deu o tão sonhado e sofrido título de 1989 ao meu Botafogo, após 21 anos de jejum.
Mas, na faculdade onde dou aula, Spinoza é aquele filósofo holandês do século XVII. E vá você dizer que não! Quem conhece o meio acadêmico sabe como é a “Fogueira das Vaidades”. Futebol é coisa de alienado, ópio do povo, papo sem graça ... e coisas do gênero. Tem gente que sai de perto só de ouvir a palavra bola; se botar o pé na bola, então, passa longe.
Outro dia, entrei na sala dos professores e observei dois desses intelectuais, conversando. Falavam em Campanella, Patrizzi, Pietro Verri, Pico de Mirandola e Giordano Bruno. Pensei que estavam conversando sobre cantinas italianas e mandei, na bucha:
“ Eu gosto muito da Tarantella, aquela bem antiga, da Barra. Tem um pãozinho com lingüiça que é...”
Não deixaram eu completar a frase. Contraíram os lábios, fazendo aquela cara de desaprovação, que muito se parece com um maracujá de gaveta, e desconversaram. Desconversaram mesmo, pois é difícil chamar aquele dialeto que eles usam de conversa. É um tal de Bacon para cá, Nietsche para lá; Lacan, Kierkegard...
Ontem mesmo, meio irritado com mais um fracasso do Botafogo, que já se tornou rotina na atual Copa João Havelange, resolvi provocar:
“Gente, não dá para vocês colocarem uma legenda embaixo enquanto conversam? Ou, pelo menos, arrumar alguém para dublar?”
Para quê? Começaram a falar em Christian Huygens, Antonie van Leeuwenhoek, Jan Swammerdam, Joost van den Vondel e De Vermeer. Pensei até que estavam escalando o time da seleção holandesa. Tanto que tentei me enturmar:
- “E o Johan Cruyff? Era um cracaço, né? O filho dele também é jogador...”
E o pior é que a coisa pega. Com esse negócio de o MEC passar a exigir pós-graduação, doutorado, essas coisas, para uma profissão em que o próprio diploma é questionado, teve um professor que resolveu aderir. O cara era supernormal: torcia pelo Flamengo, conversava sobre mulheres, tomava chope e viajava todo ano para Miami e Orlando.
Semana passada, encontrei-o na escada e puxei conversa:
“E aí: você acha que o Wanderley Luxemburgo deve cair?”, tentei.
“Que Luxemburgo? É parente da Rosa de Luxemburgo?” , cortou ele.
“Pô, o cara fez a maior burrada na Olimpíada. Convocou um tal de Mozart que...”, insisti.
“Agora sim, sobre Mozart eu converso. Gosto muito daquela sinfonia dele que...”
E desandou a falar de Mozart, Beethoven, Bach, Wagner, Liszt...
Em tempo: Para vocês não dizerem que o colega aqui é desinformado, lá vai: esse tal de Spinoza nasceu numa família judia, a 24 de novembro de 1632, em Amsterdã, Holanda (o mesmo ano do nascimento de Locke-1632-1704). Faleceu em Haia, no ano de 1677. Seu nome hebreu era Baruch, que significa abençoado, e nas suas obras publicadas em latim, Benedictus. Viveu na chamada "Idade de Ouro" da história da Holanda, uma era de grandeza econômica, política, e cultural, apoiada na expansão comercial, quando a pequena nação do Atlântico Norte ombreou com as mais poderosas e influentes nações da Europa. A qualidade de vida tinha um padrão geral de bem-estar marcado pela simplicidade. Havia proximidade de nível entre as classes e respeito às pessoas (nada comuns nos demais países europeus). Spinoza, seguindo sua própria filosofia, viveu de maneira simplista. Na rica Holanda daquela época, isto não significava pobreza e muito menos indigência.
Naquela época, além do próprio Spinoza, o filósofo René Descartes viveu e escreveu suas obras na Holanda, por duas décadas.
5 comentários:
enquanto o amigo escreve sobre SPinoza, Descartes, etc.
escreverei um texto sobre Galego, Pintado e outros bebuns de anchieta...
Fabio Medici
Família judia de origem portuguesa. O velho Baruch sabia das coisas, teve posicionamentos tão liberais que foi expulso da Sinagoga. Era amigo de Witt, o famoso governante liberal da Holanda na segunda metade do sec.XVII entre suas obras destacam-se o "Tratado Teológico -Político", seu tratado póstumo sobre Ética e principalmente "Mengão maioral que salvará o Universo"
Sou fã do Descartes. Gostei muito de "O Discurso do Método".
Quem gostava do Spinoza era o Einstein...não faço idéia de onde tirei isso...
Hei, Ribeiro, vai tomar no c$#@¨@$#¨%@#&!!!
PC não liga pra isso não, o importante é que você tem seus fiéis leitores que te amam e ponto final. O que esse tricolor pensa não deve ser levado em consideração, porque afinal de contas ele é apenas mais um fã seu. Ribeiro não gostou do que leu aqui? É simples. Procura outro blog ou cria o seu prório.
Bjos meninos, tenham uma ótima quinta-feira!
Tô muito P@#o com este Ribeiro.
Fui obrigado a ler todo este texto do PC. Embaralhou tudo aqui. Este post deveria ser chamar Post do Blogueiro Doido. Salve o FEBEAPÁ!
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