segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Ai que saudades do galpão!
Nos fundos do meu prédio havia um galpão. Havia um galpão nos fundos do meu prédio. Dizem que foi uma pequena tecelagem. Perto dali, funcionou durante anos a fábrica de tecidos que cantou Noel. E no meu prédio tem uma pequena piscininha. Durante mais de 20 anos peguei um solzinho discreto, descontraído e isolado. Não havia ninguém por perto e eu podia exibir a minha barriguinha sexy. Não havia prédio por perto. Depois veio um vigia que passava o dia olhando para as janelas do meu prédio. Eu não gostava. Um dia o vigia se foi. Gostei. Mas há dias destruíram o galpão, que devia ter mais de 50 anos. Não há mais galpão. Dizem que vão construir um prédio pequeno. Mas é um prédio. Não consigo mais dormir direito. As máquinas chegam cedo. E olha que ainda não começaram as batidas do bate-estacas (ou que nome tenha).
Ai que saudades do meu galpão! Ai que saudades do vigia que olhava pras janelas.
Como diria a música popular: "Camarada quero, de volta o meu pandeiro".
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