

Nos fundos do meu prédio havia um galpão. Havia um galpão nos fundos do meu prédio. Dizem que foi uma pequena tecelagem. Perto dali, funcionou durante anos a fábrica de tecidos que cantou Noel. E no meu prédio tem uma pequena piscininha. Durante mais de 20 anos peguei um solzinho discreto, descontraído e isolado. Não havia ninguém por perto e eu podia exibir a minha barriguinha sexy. Não havia prédio por perto. Depois veio um vigia que passava o dia olhando para as janelas do meu prédio. Eu não gostava. Um dia o vigia se foi. Gostei. Mas há dias destruíram o galpão, que devia ter mais de 50 anos. Não há mais galpão. Dizem que vão construir um prédio pequeno. Mas é um prédio. Não consigo mais dormir direito. As máquinas chegam cedo. E olha que ainda não começaram as batidas do bate-estacas (ou que nome tenha).
Ai que saudades do meu galpão! Ai que saudades do vigia que olhava pras janelas.
Como diria a música popular: "Camarada quero, de volta o meu pandeiro".
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