Brasileiros consultam mais internet do que jornais
O Instituto Sensus divulgou nesta semana uma pesquisa em que a internet aparece como a terceira mídia mais procurada no Brasil. Aproximadamente, 9,4% dos entrevistados afirmaram que preferem veículos digitais em detrimento de jornais (5,4%) e revistas (0,9%). "Eu acho que é uma constatação. A gente já sabia que isso ia acontecer com aquele tempo de permanência do brasileiro. Do mesmo jeito que o second life no Brasil vai estourar. Não é nada de extraordinário", opina a jornalista Pollyanna Ferraz, pesquisadora em intermídias (estudo da interatividade de mídias). A pesquisa alcançou 2.000 entrevistados em todas as regiões do Brasil em 24 estados, sendo 136 municípios sorteados aleatoriamente pelo método da proporcionalidade proporcional do tamanho.
"Acho que a pesquisa é a comprovação do que só os mídias brasileiros não enxergam; eles são míopes. A publicidade brasileira é uma das mais conceituadas do mundo, mas tem uma miopia chamada mídia", explica Alberto Luchetti, fundador e diretor-geral da AllTV, criada em 2002. Luchetti ressalta que apesar das discussões sobre TV na internet começarem apenas em 2004, no ano passado o Brasil já contava com 12 sistemas de TV online.
Cenário perigoso
Apesar do ambiente propício, a pesquisa chega na mesma semana em que o NoMínimo anuncia o encerramento de suas atividades. Para Pollyanna apesar do novo panorama, o ambiente pode ser perigoso para muitos projetos. "Acho que a gente ainda vai ver a morte de muitos veículos, sou muito cética em relação aos portais. Com muita gente indo direto para o YouTube, Google, não sei se portais como o NoMínimo têm espaço. É um formato que já tinha sido ultrapassado", afirma a pesquisadora.
O YouTube e a popularização dos vídeos são fatores importantes para o aumento da preferência pela internet. "O YouTube deu uma lente de aumento para os mídias brasileiros. Agora eles percebem que a solução é o vídeo na internet, mas desde 2004 já se sabe disso", critica novamente Luchetti.
Perto da TV
Bruno Mello, editor do Mundo do Marketing, também encara a pesquisa de forma positiva, já que surge em um momento em que a internet ainda é vista "com um pé atrás" pelos anunciantes. "Eu acredito que daqui a, no máximo, dois ou três anos vamos igualar ao rádio e chegar perto da televisão", prevê. O editor também vê os mídias como culpados pela ausência da publicidade online, mas salienta que investimentos "não correm, mas caminham", revelando uma regularidade da internet, que deve superar outros veículos mais tradicionais. "Estão aumentando de forma constante, não há um boom. O que não deixa de ser bom quando a gente se lembra o que houve em 2001"
Para Pollyanna as mudanças para o Brasil se igualar a outros países mais desenvolvidos não estão tão distantes do resto do mundo, especialmente com o amadurecimento do usuário. Mesmo o jornalismo online também deve participar dessas mudanças. "Não acredito no fim do jornalismo online com o jornalismo cidadão ou participativo. Vejo o jornalista muito mais como um gestor desse caminho, mesmo que seja alguém para ajudar a chegarmos ao melhor formato", revela.
Fonte: Comunique-se
segunda-feira, 2 de julho de 2007
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