sábado, 17 de março de 2007

O que é isso companheiro?


Vi essa foto hoje de manhã cedo. Como passei o dia inteiro trabalhando na rua, não pude postar hoje. Mas não poderia deixar passar em branco minha indignação com esse tipo de coisa. A Polícia não tem o direito de fazer isso. São crianças, pô! E a privacidade? E a intimidade? Principalmente das meninas. Por que não usar policiais femininas pra fazer isso?
Transcrevo abaixo o texto do meu querido amigo Jorge Antônio Barros, publicado no seu blog em O Globo, "Repórter de crime". Pensamos da mesma forma.
pc


"Com o fuzil em punho e uma camiseta enrolada na cabeça, que lhe dá um aspecto pouco civilizado, o policial civil revista a estudante de uma escola municipal na passarela de Vigário Geral. Mais crianças foram revistadas. Na operação foi preso um traficante considerado importante. Foi uma reação à morte de um PM, em tiroteio com traficantes na favela. Tem que fazer operação mesmo, quantas forem necessárias. Sobre isso não há dúvida.

Mas se a polícia sabe que vai lidar com todo tipo de gente nas comunidades por que não se prepara e leva, por exemplo, policiais femininas que não estejam ostensivamente armadas para revistar crianças e senhoras de idade? É uma sugestão objetiva para que se evite o espetáculo deprimente que é ver crianças sendo submetidas a um tratamento rigoroso dado pela polícia. Os puristas podem alegar que quem não deve não teme, mas façam-me o favor. Qualquer pessoa adulta sabe da dificuldade que é ser abordada por um homem fortemente armado em qualquer circunstância. Imagine o trauma que não deve ser para uma criança.

O "Extra" em sua primeira página de hoje pergunta: "E se fosse na Zona Sul?" Isso já aconteceu na Zona Sul, durante a Operação Rio, em 94, quando soldados do Exército, armados de fuzis, revistaram crianças na descida do Morro Dona Marta, em Botafogo. A questão vai um pouco além, da área da cidade partida, onde ocorre a polícia atua. Se essas crianças estivessem saindo de uma escola particular em área nobre da cidade ou de casa, num condomínio de classe média (onde também existe tráfico de drogas), talvez não recebessem esse tratamento.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do estado, numa atitude pró-ativa, já me mandou até um e-mail informando que a ação do policial foi "tecnicamente correta". Segundo a assessoria, uma criança de nove anos foi pega levando uma pistola numa bolsa, ontem mesmo. Mas isso é uma outra história.

Foto: Guilherme Pinto)

N.do B. Cometi um erro ao escrever que o policial estava com o dedo no gatilho, mas ele está apenas com a arma em punho. "

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