Mais um amigo jornalista querido acaba de publicar um belo texto no face sobre Espinosa. Pedi e ele me autorizou a publicar aqui. Obrigado, Mauro. Textaço.
"Pois é... taí a carta que eu não gostaria de escrever.
Serve a presente, querido amigo Valdir, de lembrança de
promessa feita por ambos vão-se longos anos. Promessa recordada e renovada
quando nos reencontramos na festa de lançamento de sua candidatura a vereador
pelo PDT. Prometi escrever suas memórias, seus casos, conquistas, derrotas,
segredos, a vida. E você prometeu a mim contar o que não havia contado a
ninguém. Não cumprimos nossas promessas.
Acaso do acaso, ontem estava vasculhando minhas matérias antigas.
E encontrei muitas, principalmente quando cobria o Flamengo e vc era o técnico.
De todas a que guardo com mais carinho não tem você como protagonista, mas como
a fonte que me ligou avisando que Renato Gaúcho estava em sua casa, junto com a
Luma de Oliveira, aguardando o anúncio da convocação para a Copa de 90. Você
foi solidário a mim quando soube que não publicaram a matéria assegurando a
convocação de seu “filho”. Eu me recusei a dizer a fonte.
Valdir, por que agora? Por que justo agora quando eu me
preparava pra ficar horas, dias, o tempo que fosse necessário, ouvindo e
compilando suas histórias para colocá-las num livro, num vídeo, num podcast?
Valdir, essa carta vai encontrar você em algum plano, mas
vai encontrar. Há muito o que escrever sobre um cara que amava futebol a ponto
de batizar seu primeiro filho de Rivellino; há muito o que rir de um sujeito
engraçado, que falava com os olhos azuis, que sorria ao ser chamado de Marlon
Brando brasileiro, mas pedia silêncio quando lembravam o namoro com Gretchen.
Sim, há muito o que contar.
Eu ainda posso cumprir a minha parte da promessa, mas não
ouvir você contar as histórias naquele seu jeito sacana, voz de locutor de
rádio, sotaque gaúcho carregado, vai acabar azedando a receita. Não era a hora.
Não era mesmo.
Faz o seguinte: safo que é, leva um particular com São Pedro
e pede devolução por período restrito à ”contação”. Acho que uns dois meses é
suficiente. Uma espécie de confissão para poder subir aos céus na plenitude da
luz divina.
Agora, falando sério: pô, véio, não era a hora, né?"
Um comentário:
Muito bom texto!!! Parabéns!!! Valdir Espinosa era um grande cara~!!!!
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