Os sócios do Blog são a razão desse blog existir e estar próximo de bater a marca de 1 milhão de visitas. Por isso, inauguro hoje a seção "As dicas gastronômicas e turísticas do Blog do PC para o nosso amigo Eduardo Schiefler", framenguista, mas gente boa. Eduardo acaba de informar que virá ao Rio em breve e este blog dará (no bom sentido) algumas dicas para o nosso amigo que poderão servir também para outros amigos do Vale do Itajaí, do Vale do Paraíba e do Vale do Loire .
Para começar o couvert do La Mole, o mais carioca dos restaurantes da classe média do Rio. Nasceu na Dias Ferreira, no Leblon, hoje tem em diversos bairros, mas é a cara dos tijucanos. Não é um restaurante sofisticado. Uns acham que já foi muito melhor. Mas o couvert é inconfundível e ideal para lariqueiros e demais esfomeados. Dizem que na década de 60 os estudantes da PUC eram capazes de comer uns 10 seguidos.
Dependendo da filial e do cozinheiro, a lasanha
pode vir com esse visual e saborosa
Conheci uma figura fantástica no La Mole da Dias Ferreira. O saudoso garçom Jesus, que acompanhou minha juventude e a dos meus amigos daquele meu Grajaú de antigamente. Se não desse para juntar 5 ou seis em fuscas, brasílias ou escortes, dividindo a gasolina, pegávamos o 434 e enfrentávamos quase duas horas (ida e volta) de viagem só pra ver Jesus e comer o pão que o fuinha nunca amassou. Sempre gostei do inhoque (ou gnochi para os frescos) ao forno, com pedacinhos de presunto e gratinado na mussarela. Fora os amarelinhos quindins da sobremesa (vinham dois).
Jesus, o melhor e mais querido garçom que conheci,
numa foto publicada numa matéria que escrevi para O Globo sobre garçons
Apesar do nome italiano não é bem uma cantina italiana e pode frustrar os entendidos na culinária da terra de Leonardo da Vinci, Pepino di Capri e Paolo Rossi . A decoração não lembra nada daquelas fantásticas cantinas do Bexiga (adoro esse nome). Nada de linguiças penduradas no teto (como gostam os tricolores, esperançosos que elas caiam em seus colos) e nem mesmo um simples toalha vermelha quadriculada sobre outra verde. Foi no La Mole da Dias Ferreira que achei que tinha aprendido a beber vinho. Pedia um Chateau Duvalier Rosé (pasmem! Já vivi meus dias de tricolor e desentendido) e achava que estava abafando. Anos depois soube através do meu amigo Reinaldo Paes Barreto, enólogo e gourmet, que Chateau Duvalier "não servia nem para flambar bidê".
Certa vez, outro amigo, de São Paulo, com sobrenome italianíssimo, Baroncelli, cismou de conhecer o La Mole. A reação dele quando deu a primeira garfada no espagueti a bolonhesa não esqueci até hoje. Escrevi uma crônica já publicada no Blog e que pode ser lida
aqui.
VIRAM COMO NÃO É VERDADE A AFIRMAÇÃO DE QUE O BLOG DO PC "SÓ FALA DO FRAMENGO"?