Muitas vezes meus alunos perguntam o que é um bom lide. Destaco dois publicados no Segundo Caderno, de O Globo, de hoje.
1)De Suzana Velasco: "A cantora Marília Barbosa já tinha parado a carreira e só pensava em ir morar em Poços de Caldas, perto do filho.
- Num domingo, acordei com uma saudade imensa da (cantora do teatro de revista) Aracy Cortes. Vesti seus brincos, suas roupas, fiz maquiagem. No mesmo dia me ligaram com o convite para interpretá-la, não acreditei - conta.
E segue a matéria. Bingo! Dá vontade de ler. Não conheço a Suzana pessoalmente. Parabéns, Suzana. Atenção alunos.
2) De Bernardo Araújo (na mesma página): "Que os Mutantes estão de volta, todo mundo sabe: depois de três décadas, os irmãos Sérgio e Arnaldo Dias Baptista voltaram às boas e ressuscitaram a mais cla´ssica das bandas de rock brasileiras, além de tirar o baterista Dinho Leme de uma longa inatividade. O públcio também está cansado de saber que Rita Lee não participa da banda nessa volta e que Zélia Duncan é, oficialmente, uma mutante.
E segue o barco. Bingo! Também dá vontade de ler. Tem o que, quem, quando, como onde e por quê? Mas de forma atraente, sem mesmices.
Tudo bem que as duas matérias são de Segundo Caderno, mas vou mostrar que é possível fazer bonito em todas as editorias.
Aguardem.
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Um comentário:
Legal vc abordar esse assunto dos bons lides, PC. Como redator de propaganda, sempre me preocupei com o "gancho" dos meus textos. Como a gente sabe que, a princípio, um anúncio não "interessa" a ninguém, temos que ser sempre atraentes. Já o jornalista acha que a notícia naturalmente se impõe. Não é bem assim. Está cada vez mais difícil prender a atenção de qualquer tipo de leitor. E um bom lide sempre será a promessa de um bom texto. E, cá entre nós, é de bons textos que se faz o bom jornalismo.
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