Amigos, amigas e tricolores: como JLF, nosso colunista principal e mais bem pago, continua no Vale do Silício, orientando o pessoal da Apple sobre o que fazer sem Steve Jobs, preciso mais uma vez apelar para Sydd Benn, o Interino, que topa escrever por R$ 1,99. Leviano e parcial como sempre, Benn, que assume torcer pelo Time do Apito, destila uma vez mais seu veneno contra o time que o fez chorar quando, ainda jovem (e bota tempo nisso!), desistiu do futebol por não aguentar mais as surras que seu time levava de Jairzinho, Gerson, Paulo Cesar Caju e cia, e foi fazer a Revolução que amávamos tanto.
É o tal negócio: não tem tu, vai tu mesmo. Diz aí, Interino:
"Meus amigos, agradeço o apreço demonstrado ao longo do ano pelas minhas modestas análises. Por isso, devo-lhe uma explicação: estive retraído por razões de trabalho. Não sendo aposentado, funcionário de estatal, profissional liberal rico, dono de blog, como o PC; ou vagabundo, como alguns cujos nomes não vou declinar por elegância, nem sempre posso parar o trabalho para escrever sobre futebol.
Então, vamos ao balanço final, que escrevo antes dos jogos do domingo.
O Vasco foi o time carioca que angariou maiores simpatias este ano. E não só porque seu técnico, figura respeitada no mundo do futebol, teve problema sério de saúde. O substituto, Cristóvão, é também gente correta. E o time é bastante razoável – ainda que, inferior àquele outro que foi tri-vice para o Flamengo (refiro-me ao que levou o gol do Pet) ou ao que foi vice do Real Madri em Tóquio.
Tem um bom goleiro, um lateral direito razoável, um excelente zagueiro, um bom volante, dois veteranos no meio campo que sabem jogar, ainda que não suportem os 90 minutos, e um meia atacante que às vezes joga bem.
Num universo em que não há grandes times, o Vasco destacou-se. Essa é a verdade. Vou além. Caso se torne, mais uma vez vice neste campeonato brasileiro, não deve ser sacaneado.
Acompanhem comigo: uma coisa é ser, seguidamente, vice em campeonatos cujos vencedores saem de partidas finais, decisivas. Outra, muito diferente, é chegar em segundo lugar num campeonato de pontos corridos. Assim, diferentemente do que acontece normalmente quando o Vasco ocupa sua posição de costume, preparemo-nos para parabenizar os vascaínos por mais este vice-campeonato.
Queria, também, falar do Fluminense. É hoje o segundo melhor time do Rio. Honrou as mais belas tradições do futebol carioca. Basta ver sua campanha no segundo turno. Em 2012 terá chances de vencer todas as competições que disputar.
Já meu Flamengo foi uma decepção. Ao entregar o futebol nas mãos de um charlatão pedante, condenou-se a ficar aquém do que é habitual na sua história. Afinal, o time de maior torcida no Brasil é também: o único carioca campeão mundial inter-clubes, o único carioca que não conheceu a segunda divisão, o atual campeão estadual invicto, o carioca com mais títulos brasileiros, o carioca que tem mais vitórias em confronto com seus cooirmãos do mesmo estado, o carioca com mais títulos estaduais.
Com esse currículo, o que foi feito este ano é pouco. Mesmo que conquiste uma vaga na Libertadores. Ficar só à frente do Botafogo é meta para América ou Bangu.
Resta o Botafogo. Para que ninguém veja nas minhas palavras algum tipo de má-vontade, adianto que, em se falando de times do Rio, o Botafogo é, sim, um dos grandes.
E, numa boa, PC, acho que o Botafogo tem jogadores muito mais fracos do que você supõe. É de amargar ouvi-lo cantar loas a malucos, como aquele cabeludo da lateral esquerda, ou como o vaga-lume do maicossxxssxxssuel. Ou vê-lo dizer que o zagueiro de cabelo esquisito joga alguma coisa. Assim, o time é fraco. E não adianta culpar o técnico. O problema é menos de técnico do que de um bom terapeuta.
Quando caiu em si e se deu conta do mico que estava pagando, até diminuiu o chororô. Parou de responsabilizar os juízes por seus fracassos. Mas continua com um complexo de inferioridade que faz com que amarele à medida que o campeonato afunila.
Francamente, dava pena ver o Botafogo nos últimos dez ou 12 jogos. Tremia mais do que vara verde. E o mais grave, PC, é que isso ocorria mesmo quando o time não tinha o Flamengo diante de si – situação em que o tal complexo de inferioridade se agrava. Se for preciso, meu irmão Leo poderia indicar um terapeuta. Garanto que, apesar de rubro-negro, ele respeitará a ética médica e indicará um profissional competente, capaz de, dentro de alguns anos, contribuir para a diminuição desse complexo. Mas, advirto, para que o paciente melhore é preciso que ele esteja disposto a isso.
Se não, é perda de tempo".
5 comentários:
PC,
Vou analisar também. De graça:
Vasco: tentou comer todo mundo, comeu só a primeira que deu bola.
Fluminense: não decidiu se queria comer ou dar. Deu libertadores.
Flamengo: achou que todas queriam dar para ele. Satisfez-se sozinho.
Botafogo: tomou Viagra sem estar com mulher. Quando ela apareceu e sorriu, broxou.
sds, Wander.
pelo menos o Vasco comeu uma... e bem gostosa...
Fabio Medici
Acho que o futebol murcho que o Fla vem apresentando (há tempos) serviu para dar um banho de realidade no Sydd Benn. Tirando os delírios megalomaníacos habituais seu texto foi bem lúcido.
Acho que ele está mais otimista do que eu em relação ao meu time, mas com alguns acertos sua previsão terá mesmo chances de se materializar.
Acho que o Botafogo precisa pensar grande. Não sei como anda o Oswaldo de Oliveira, mas pelo menos é um técnico com conquistas, bem diferente de Caio Jr. Já é um avanço.
O cara é mais pedante que Luxemburgo.Descobriu que o Botafogo é grande. Porra eu sei disso desde 1906 quando começou o primeiro campeonato carioca.Vai dizer bobagem lá na Gávea
O Wander Costa com poucas linhas entende muito mais de futebol que esse cara que deve ter virado mulambo quando escutava o presidente Médici na TV nos tempos da ditadura em que era ordem gritar mais alto gol do Framengo nas transmissões, como contou Armando Nogueira
O colunista, citou na mesma frase "flamenguista" e "ética", esse cara é maluco!
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