quarta-feira, 12 de maio de 2010

E o Holocausto, Dunga? Você também não sabe dizer se foi bom ou ruim?

O mínimo que se espera do Dunga (e o assessor da CBF deveria forçar o sujeito a fazer isso) é vir a público e pedir perdão pelas asneiras que disse.

O texto acima, assinado pelo meu camarada Chico Otávio, um dos maiores repórteres do planeta, saiu hoje no Globo.

Para ler é só passar a mãozinha.

Um comentário:

Anônimo disse...

PC, se me permite, e vc sempre permite, irei dar uns pitacos sobre este tema tão melindroso:

1 – O Dunga foi absolutamente infeliz na declaração, não sei em que contexto da entrevista ocorreu a tentativa de encaixar a frase, a metáfora, a comparação ou seja lá o que foi que ele pretendeu defender daquela maneira, de qualquer das formas cometeu um erro grosseiro por tratar-se a ditadura de um fato histórico vergonhoso e repugnável, e ainda foi miseravelmente deselegante com numerosas famílias marcadas pela guerra suja travada nos porões, e concluiu deixando a impressão sub-reptícia de que compactua com a ideia de que os meios justificam-se perante os fins. No entanto, seria desonestidade da nossa parte afirmar que alguém surpreendeu-se com o boquirrotismo dele, apesar do tom professoral incomodativo que ele adotou.

2 – As letras do texto do Chico Otávio são necessárias para relembrarmos(sempre) que houve um tempo de repressão, crimes e terror nos porões do Brasil, e que do outro lado houve uma geração idealista, corajosa e verdadeira, embora os maravilhosos ideais pacifistas de governação estivessem contidos em livros do “Tio Ho” e do “Grande Timoneiro”, e certamente isto, levou “a esquerda radical brasileira a procurar justificativas para a violência incondicionada”(Jacob Gorender, Combate nas Trevas, pág. 78), mas nada disto tira o brilho e a entrega daquela geração e a profunda admiração da minha por ela, que bem poderia ser retratada por um chofer de táxi que disse ao seu amigo Cid que só havia dois grupos de homens que ele admirava: os que tinham ido à Lua e os que haviam sequestrado o embaixador( A.J. Langguth, A Face Oculta do Terror, p. 176))

3 – Agora vai a crítica PC, em momento algum cabe comparação entre o holocausto judeu e a ditadura militar brasileira por mais horrenda que a última tenha sido, nem em gênero, nem em grau e muito menos em número. Não houve um genocídio no Brasil, travou-se uma guerra suja, uma guerra específica contra pessoas.

"Há crime contra a humanidade quando se mata alguém sob o pretexto de que ele nasceu"(André Frossard), hipóteses aplicadas ao nazismo e fascismo, com Hitler e os judeus e Mussolini e os etíopes, ou quando se exterminam classes sociais(burguesia, como fizeram em nome do comunismo, Stalin, Lenin, Ho Chi Ming, Mao e a pureza de Fidel e Che para não falar de outros “comunistas reais” que devolveram a barbárie a Humanidade no século passado.(Nós exterminamos a burguesia enquanto classe. A 1º questão que vocês devem colocar é a que classe pertence, qual a sua origem, sua educação, sua instrução, sua profissão – Latzin – Chefe da Polícia Política Soviética em 1918 aos seus subordinados)

4 – Não foi somente a ditadura brasileira e o nazismo, como quis fazer crer o Cid Benjamim, que promoveram-se através de vitórias nacionais no esporte, foram todos os regimes totalitários e ditaduras, das sulamericanas passando pelas caribenhas até as do Leste.

Para que fique claro, eu odeio ditaduras, de qualquer matiz ideológica, e odeio todas e não apenas algumas.

A procura foi bela, as moças já sabem, e os cacos de sonhos onde até hoje a gente se corta devem ser varridos, senão o Inventário das Cicatrizes do Alex Polari não termina nunca e a ilusão perdida e quebrada vira ranço ideológico.

Léo