sábado, 7 de março de 2009

O que o prefeito do Rio tem contra os pobres?

O trânsito da Rua Maxwell, em Vila Isabel, ficou totalmente engarrafado ontem por volta de 20h. O motivo? A Guarda Municipal, que tem sido usada como instrumento de repressão do prefeito EDUARDO PAES, estava rebocando as motos dos meninos que fazem serviços de motoboys nas proximidades do supermercado Guanabara. É um serviço útil para as pessoas que moram nas áreas carentes próximas ao local, mas o novo prefeito não é muito chegado aos pobres. Alô alô "Mauricinho" da Barra: espero que você encontre trabalho pra esses meninos que não devem ter facilidade para arrumar empregos formais. E tomara que eles não resolvam assaltar em vez de trabalhar. Já contra os pivetes que circulam na área, roubando cordões de moças e senhoras, nenhuma medida.

Esse Choque de Ordem é um novo nome para REPRESSÃO.

3 comentários:

MarvinMep disse...

Todas as contravenções e todos os crimes devem ser reprimidos.

PC Guimarães disse...

Principalmente os grandes crimes, meu nobre Márcio. Collor não deveria estar onde está, por exemplo.

MarvinMep disse...

Concordo... mas o Collor está onde está por dois motivos:

1- ele já cumpriu a pena que a lei determina (se a lei está adequada à nossa realidade é outra história)

2- colocaram ele lá. Não foi ele que se colocou, pelo menos não ouvi nenhum rumor de que houve fraude na eleição dele (o que, diga-se de passagem, não significa que não houve fraude).

A política no Brasil é a piada (de muito mal gosto) que é, porque, como povo, nós somos uma piada. Os políticos são parte do povo (além de serem escolhidos como representantes por um sistema bastante inclusivo), suas atitudes são um reflexo da nossa.

É difícil falar em defender a parcela pobre do povo, quando ela própria se coloca em situação desfavorável. Não foram os ricos que elegeram o Eduardo Paes, o Rio tem mais pobre do que rico e 1/5 da população do Rio vive em favelas. E a campanha dele foi toda pautada nesse tal choque de ordem. Não foi por falta de aviso.

Mas o problema nem é esse. O problema dos nossos governantes não são eles próprios. Acho importante que haja pessoas, como você, que levantem a voz e se coloquem contra suas atitudes quando achar necessário. Mas infelizmente, o sistema criado para a administração do que é público não favorece o próprio povo (dono do que é público).

Já há algum tempo que caímos em um círculo vicioso. No Brasil, o indivíduo enquanto parte de um conjunto (povo) parece que é fraco (acomodado), e enquanto individuo é forte demais e faz o que nossa cultura manda. Pergunte a qualquer motoboy se ele não gostaria de estar no lugar de um deputado daqueles fazendo exatamente o mesmo que eles (coçando o dia inteiro e embolsando um salário milhardário). O problema é esse: não adianta renovar os governantes, se os novos (vindos de qualquer parcela do povo) pensam exatamente da mesma forma. Temos ou que mudar a cultura ou mudar o sistema administrativo. O que é mais fácil? Eu sinceramente não sei.