Acabo de receber do Mestre CARLOS EDUARDO NOVAES mais um texto exclusivo para o Blog do PC. É pau puro no meu Glorioso. E em mim também, pois sou um desses sonhadores e otimistas que ele cita logo no início. Mas como este Blog é o mais IMPARCIAL da blogosfera e presente do NOVAES eu aceito e publico até se ele me xingar de framenguista, aí vai:
ATÉ PARA O ANO!
"O que fez então o técnico Osvaldo de Oliveira? Pediu a contratação de um ´japonês` e improvisou o garoto Elkeson de centro-avante, posição onde – logo se vê – está mais deslocado do que cuíca em orquestra sinfônica".
"Que me perdoem os sonhadores e otimistas, mas depois do deplorável empate com o Flamengo, ´joguei a toalha`. Desisti de aguardar pela grande exibição e vou guardar as poucas esperanças que me sobram para a próxima temporada. Com esse futebolzinho que está jogando, tudo que o nosso Botafogo pode pretender é ver a luzinha da Sul-Americana no fim do túnel.
Desde que os ingleses inventaram o ´esporte bretão` sabe-se que para marcar gols é preciso chutar (de preferência entre os paus da baliza). O chute é o gatilho que dispara a bola. Pois no jogo com o Flamengo, o Botafogo não apertou o gatilho uma única vez. O goleiro Felipe saiu com o uniforme limpinho, como quando entrou. Nem precisa lavá-lo.
Depois de um inicio promissor no campeonato, quando permaneceu quatro ou cinco rodadas no chamado G-4 e exibiu uma artilharia pesada, o Botafogo perdeu os caninos e definhou como um doente terminal. O time tornou-se tão inofensivo, tão pouco agressivo quanto uma freira de convento. Claro que a diretoria tem sua parcela de responsabilidade ao se desfazer de jogadores de frente imaginando – sabe-se lá! – que não precisaria de atacantes para vencer os jogos.
O que fez então o técnico Osvaldo de Oliveira? Pediu a contratação de um ´japonês` e improvisou o garoto Elkeson de centro-avante, posição onde – logo se vê – está mais deslocado do que cuíca em orquestra sinfônica. Dá vontade de chorar ao vê-lo se movimentando pelo gramado: quando não está impedido, está fazendo falta ou errando passes. Atrás do Elkeson vem um meio de campo formado por cinco jogadores, alguns tidos como brilhantes – Seedorf, Renato, Lodeiro e Andrezinho – mas que não são capazes de articular uma jogada sequer a altura de seus talentos. Seedorf já está se arvorando como “dono do time”, falando mais que Loco Abreu em campo. Fez sua pior partida pelo Botafogo contra o Flamengo. Renato, que tem as graças da mídia (sempre com boa atuação), está se especializando em passes laterais e de vez em quando parece que desce ao vestiário porque some do jogo. Lodeiro e Andrezinho – assim como Felipe Gabriel – correm pelo gramado de um lado para o outro como vestais enlouquecidas, sem o menor sentido de organização.
Atrás do meio de campo estão os quatro jogadores da defesa, que prefiro não comentar. Marcio Azevedo no jogo de domingo mais lembrava um personagem de comédia pastelão. Um amigo,rubro-negro, disse-me que ele foi o melhor jogador do Flamengo. Marcio, no entanto, é superior ao seu reserva que consegue a proeza de bater um lateral para fora do campo!!! Finalmente, atrás dos defensores temos o goleiro Jefferson que, como nos tempos de Joel Santana, vai se virando para tentar defender o leite das crianças. Domingo deixou o campo com o uniforme imundo.
Mais do que tudo porém, o que me faz arrancar os cabelos – se os tivesse – é a lentidão do time, tanto quando ataca (ataca?), como quando tem que correr para conter os contra-ataques. Junte-se a isso os chutões dos zagueiros para a área adversária, como se não acreditassem no seu meio de campo. Será que a Comissão Técnica não se dá conta de que o Botafogo não está jogando nada, nadinha? (por favor não venham me falar do segundo tempo do último jogo com o Palmeiras quando marcou o terceiro gol aos 27m e não soube fechar o caixão). Às vezes penso que a queda de produção se deve ao fato de os adversários já terem descoberto como joga o Botafogo e tratam de explorar suas deficiências – que não são poucas. Assim sendo, ou o treinador apaga tudo e muda o plano de vôo – mesmo com o “avião” em movimento – ou a luzinha da Sul-Americana pode se extinguir antes do final do Brasileirão".