terça-feira, 29 de novembro de 2011

Que time é teu? Assume, pô!

Imparcialidade não é só a minha marca. É também um assunto que me interessa bastante. Tanto que todo semestre peço aos meus alunos que escrevam sobre o assunto. O melhor texto de todos os que li esse ano foi o da Fabiola Buzim, que faço questão de reproduzir aqui no nosso blog.
Diz aí, Fabiola:

"Eu não acredito em vida após a morte. Eu não acredito em monogamia. No Papai Noel eu deixei de acreditar aos dez anos quando eu encontrei o meu pai, fantasiado de “bom velhinho”, comendo a minha mãe na cozinha. Foi traumático. Eles tiveram que me falar a verdade, senão eu estaria pensando até hoje que era filha do “Santa Claus”. Ah! E eu não acredito na imparcialidade jornalística. Aliás... Existe imparcialidade jornalística?

Talvez as coberturas esportivas sejam um exemplo perfeito para desmistificar este tabu. Não se engane, jornalista, antes de tudo, é torcedor. Seja qual o seu time, mesmo que o filho da mãe torça pelo “Japetinga do Norte”, isso irá prevalecer sobre a sua profissão. Não tem jeito! Por exemplo, enquanto eu escrevo estas palavras eu ouço da sala, a voz do Galvão Bueno narrando o jogo Brasil x Argentina (para os desinformados, o Brasil ganhou o título dos Super Clássicos da América, vencendo a Argentina por 2 x 0. Um gol do Lucas e outro do Neymar) e dentre os defeitos do Galvão, um deles, e o mais sério, é o de não manter a sua boca fechada. Mas, curiosamente, vou usar uma de suas frases para exemplificar o meu questionamento. Em jogos contra os “hermanos”, Galvão costuma dizer: “Ganhar é bom. Mas ganhar da Argentina é muito melhor”. É verdade... Mas, em uma cobertura jornalística é correto deixar transparecer a nossa preferência, a nossa nacionalidade?

Às vezes, assistindo a alguns jogos, eu tenho a impressão de presenciar uma batalha histórica entre o bem e o mal. Dependendo do time do comentarista nós saberemos quem será o “vilão” e quem será o “mocinho” da história. E maus exemplos não faltam. O Leovegildo Lins da Gama Júnior que o diga. Ah... Você não conhece o Leovegildo? (Puta que pariu! Quem em sã consciência coloca o nome do filho de Leovegildo???!) É o ex-jogador Júnior do Flamengo... Lembrou? Atualmente ele é comentarista da Globo, e algumas vezes dá o seu “ar da graça” em alguns jogos. E o cara até tenta disfarçar, mas se for comentar um jogo do Flamengo você pode saber, ele vai colocar a tal imparcialidade no saco... Do adversário!

É por isso que eu admiro o Dadá Maravilha. Ele é um cara humilde. Foi o Dadá quem disse “só existe três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”. Viu? Humilde... Mas o que está em questão é que Dadá não se esconde. Nos comentários dele fica clara a sua preferência. E ele, que já passou por 3.114 clubes, atualmente é torcedor fanático do (falido) Atlético-MG e não tem vergonha de se assumir. A tal mensagem subliminar não funciona com ele. É direto no papo. A última noticia que tive foi que Dadá se vestiu de palhaço, em um programa ao vivo, para reclamar da péssima atuação do seu clube do coração. Tudo bem que o cara está no Guiness Book pelo maior número de frases infames na história mundial, são 17.589 frases até o momento. Mas isso já é outra história...

Bom, a questão é que eu não gostaria de terminar este texto com uma lição de moral sobre a responsabilidade jornalística e tal. Mas já que não existe imparcialidade no futebol, que se tenha pelo menos um respeito. É o @#&*%$##!! que o Flamengo é o maior time do Brasil! Canso de ouvir isso. Ah... Fala sério! Repito: se não há imparcialidade, ter pelo menos respeito e um pouquinho de conhecimento sobre a história dos grandes times não lhe fará mal. E, se alguém te perguntar “que time é teu?’, responda, sem pensar, o gostoso é se assumir...

Para ver o video do Dadá vestido de palhaço, clique aqui.

15 comentários:

Anônimo disse...

Fabiola Buzim

minha nossa que texto

Você não conhece o Leovegildo? (Puta que pariu! Quem em sã consciência coloca o nome do filho de Leovegildo???!) eu ri apesar de ter um nome diferente
so faltou a foto da Fabiola

Welles

Anônimo disse...

A parada do Noel foi tensa...

Asura2015

Ramón disse...

A imparcialidade é um mito. A moça está corretíssima.

Anônimo disse...

Lembrei de uma coisa quem é Botafoguense vai lembrar

No jogo Botafogo e Atlético o narrador parou para brincar dizendo
“quem Ceará que fez o gol” se referindo à comemoração da torcida
Um narrador que é de Minas. Se fosse Cruzeirense não acharia tanta graça com o gol do Ceará


Welles

Rafael disse...

Imparcialidade eu nunca vi no jornalismo...lembro de uma clássica: Jogo do Curintia e um time do rio que ganhava o jogo, pressão do time de SP quando numa bola dividida Luciano do Valle manda "Vamos que a bola é nossa"...depois vem dizer que torce pro América de S.J. do Rio Preto.

Coisa nova no meu Blog.

Anônimo disse...

Welles,

Minha namorada estava assistindo o jogo comigo e ela olhou com uma cara de desaprovação que só vendo mesmo.

Ridiculo esse povo da globosat.

Asura2015

Anônimo disse...

muito bom o texto... Mas fiquei pensando no trauma em ver o Papai Noel com a mae dela...
Pior e se estivesse fazendo "Ho, Ho, Ho, "
"Isso, Noel! vai, Noel! Isso, Noel!"
Ho,Ho, Ho"
"Vai, Noel! Vai! Mete o presente... Mete o presente!"
"Ho,ho,ho,ho!hooooo.hoooooooooooooooooooooo!!!!"
Fabio Medici

Carlos disse...

Excelente texto!

É o @#&*%$##!! que o Flamengo é o maior time do Brasil!

Noel disse...

Ei... Eu nem lembro da mãe dessa menina...

Qual é o nome mesmo?

Anônimo disse...

Belo texto, com certeza, essa da pra Jornalista.
GB

Anônimo disse...

Pc,

O texto pode parecer engraçado, porém existem diferenças claras da imparcialidade do que está sendo dito. Primeiramente, o jornalista não é torcedor, ninguém precisa saber o time dele, afinal de contas ele não é notícia. A partir do momento em que o jornalista cita o time dele, todo torcedor apaixonado e irracional não escutará nada do que ele falar depois. Assim como o Pc faz com o Bocagge.

Mas, lógico, que imparcialidade não existe no jornalismo.

Abraços a todos.

PC Guimarães disse...

Nada contra esse tal de Bocagge; apenas a favor da imparcialidade. Quem trabalha em veículo de grande audiência tem que se segurar e evitar debochar dos outros.

Anônimo disse...

deve ser um desses sem tanta diploma pra falar tanta abobrinha

Anônimo disse...

tanta diploma...

Você escreve bem mesmo...

Eu que não tenho diploma...

Anônimo disse...

PARABENS PELO TEXTO




XEXEU