domingo, 28 de outubro de 2007
Curso de verão com Fernando Henrique!
Assim como o Xexeo, todo mundo sabe que eu não vejo novelas, mas ontem à noite, passando pela sala, ouvi uma frase da Branca, personagem da atriz Suzana Vieira, para a sua filha na novela "Duas caras":
"Você é preparada. Estudou na Sorbone, fez curso de verão com Fernando Henrique!".
Ah se Stanislaw fosse vivo! O Febeapá continua na ativa.
sábado, 27 de outubro de 2007
Dodô e Zé Roberto: respeitem o Botafogo, pô!
Sou torcedor do Botafogo. E torcedor é passional mesmo.
Portanto, Dodô e Zé Roberto, se vocês realmente sairem do Botafogo (em especial Dodô, que ameaça ir pro rival Fluminense), que tenham o mesmo sucesso em outros clubes que tiveram Claiton (que abandonou o Botafogo pra ir pro Flamengo e hoje joga em time pequeno), Iranildo (que também fugiu pro Flamengo e hoje joga em Brasília), Cesar Prates (que hoje joga nos Figueirenses da vida), Jonilson e PC Gusmão (que traíram a torcida, foram pro Cruzeiro e hoje estão na "sarjeta"). E é bom lembrar que Túlio Maravilha, depois que foi para o Corinthians, nunca mais se deu bem.
Respeitem a camisa de Nilton Santos, meus camaradas!
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Fora suburbanos!?
Tá rolando na Internet. Isso é coisa da elite de direita neoliberal conservadora contra o povo. Eu, que moro em Vila Isabel, toshiromefu. Grajauenses de todo o universo, uni-vos!
Big Brother Brasil 8 - Onde vale tudo pra aparecer
Acabei de ler no Globo que a Globo.com botou no ar "vídeos inusitados" de candidatos não selecionados para o BBB 8. Como este blog não é preconceituoso, e sou curioso, como todo jornalista, fui lá ver. Tem muita - mas muita mesmo - porcaria. Vale tudo. Tem coisas hilárias. Um sujeito apareceu lá mostrando a própria bunda. O cara alega que como todo mundo mostra a bunda pra aparecer, ele também resolveu mostrar a sua (a dele). Tem gente que vai achar "trash" puro. Tem um lá que diz que é o "Playboy Fortinho, o ´Orgulho da mamãe´"; outro que diz que é ´o Jesus que gosta de micareta e whisk´; Cláudia Regina garante que ´é bonita sim, mas só do pescoço pra baixo´ e Shirley diz que ´sua bunda não é tudo´".
Atenção aos mais sensíveis e aos "intelectuais": é BAIXARIA pura.
O endereço:
http://bbb.globo.com/
Um parafuso a menos
A semana foi corrida, não tive muito tempo para publicar, mas não poderia deixar passar em branco a notícia que quase todos leram e que meu ex-aluno Jorge Pereira enviou sobre o uso de furadeiras em cirurgias. Curioso que a Secretaria estadual de Saúde se defendeu dizendo "que a furadeira só é usada para iniciar as cirurgias". Li direito?
Típico caso que justifica aquela frase de que certas pessoas têm um parafuso a menos.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
A Dama de Vermelho é "do bem"
Mais uma nota que "pesquei" (literalmente) no blog Repórter de Crime, do meu amigo Jorge Antonio Barros, de O Globo.
"A versão impressa do GLOBO de hoje tem duas fotos que considero emblemáticas. Uma mulher de blusa vermelha e uma coragem incomum aparece nas duas imagens. Ela salta pela janela do ônibus da linha 476 (Méier-Leblon), que rodou quatro horas (o dobro do tempo normal da viagem) até enguiçar na Lagoa, no meio do caos no trânsito provocado pela chuva e pela interdição do Túnel Rebouças, no Rio. Na imagem seguinte, a dama de vermelho estende a mão para ajudar outra mulher que parece confiar totalmente na sua ajudadora e lhe oferece a bolsa com algum pertence. Mesmo que elas se conheçam do ônibus (no Rio tem gente que comemora aniversário em ônibus com bolo e tudo), a situação era típica de cada um por si, "salve-se-quem-puder". Mas a dama de vermelho deu uma lição de cidadania. Poderia ter saído correndo como louca pelas águas. Mas parou um minuto, observou a cena, estendeu a mão. É tudo o que falta no nosso cotidiano de luta pela sobrevivência e batalha contra a violência. Em vez de apenas reclamarmos de tudo, por que muitas vezes não podemos fazer como essa mulher, que fez alguma coisa que estava ao seu alcance, com altruísmo cada vez mais raro, sem buscar o reconhecimento de ninguém?"
As fotos são do bravo Carlos Ivan.
Sem comentários
Moradora de favela expõe sua opinião em passeata contra a violência
Foto: Ratão Diniz/ Imagens do Povo/ Observatório de Favelas
Fonte: blog "Repórter de Crime", de Jorge Antonio Barros, em O GLOBO
http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/reporterdecrime/
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Golpe do baú ou mata a véia, mata!?
Lembram daquele "garotão" argentino que casou com uma mulher de 82 anos?
"Reinaldo Waveqche, 24, ficou viúvo menos de um mês após casar-se com Adelfa Marta Volpes, 82; Adelfa morreu nesta madrugada em Santa Fé após ser hospitalizada com arritmia cardíaca".
Arritmia cardíaca! Será que foi por causa daquilo?
Fonte: UOL
Dia da caça, dia do caçador (Time de boneca x time que ganha títulos com a ajuda de juízes)
Os framengueiros estão animadinhos, saindo de todos os bueiros, porque ganharam do timeco do Grêmio, e acreditam em Papai Noel, saci, Renan Calheiros e vaga na Libertadores. Meu camarada Léo, que não conheço pessoalmente, mas é irmão do gente boa Cid, que também torce pro time que ganhou roubado o Cariocão 2007, manda a gracinha. Vai ter forra. Quem sabe no próximo domingo o fantasma do Anapolina não reaparece em Natal!
domingo, 21 de outubro de 2007
Bandido bom é bandido morto? - 2
Outro bom artigo publicado hoje na Folha sobre essa mentalidade da Direita mainardireinaldozaevediana de que "Bandido bom é bandido morto". E o cara que assina foi do governo FHC. Para que a Direita raivosa não diga que este é um blog que defende o PT. Defende sim os Direitos Humanos. Venha de onde vier.
OPINIÃO
O governador Nascimento ou o capitão Cabral?
WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH
ESPECIAL PARA A FOLHA
O governador Sérgio Cabral, com as operações de guerra realizadas nas favelas da Coréia, Rocinha e Dona Marta, legitimou-se para poder pedir ao governo George W. Bush uma "boa-grana" para lançar o "Plan Rio de Janeiro". Algo da série "Plan Colombia" e do recentíssimo "Plan México", dos presidentes Calderon (México) e Bush.
Se faltava sangue, morte de uma criança e helicóptero para matar covardemente suspeitos em fuga, depois da Operação Bope na favela da Coréia tudo ficou completo. Ou melhor, os requisitos básicos foram atendidos para a política bélica do governo Sérgio Cabral adequar-se à "War on Drugs" (Guerra às Drogas). Esta iniciada pelo então presidente Richard Nixon, de triste memória.
A Guerra às Drogas, que emprega o confronto para matar "inimigos", foi ampliada pelo então presidente Ronald Reagan.
Coube a Reagan globalizar a "War on Drugs", pois declarou combate bélico em qualquer ponto do planeta. Como se sabe, queria mesmo um pretexto para invadir países, a fim de combater o comunismo. Na "War on Drugs", que os presidentes pós Nixon, democratas ou republicanos, mantêm até hoje, entraram de cabeça vários ditadores.
Alguns até para "lavar" os indícios de aliados do narcotráfico, como o presidente Hugo Banzer na Bolívia e Noriega no Panamá. E a relação é grande. Por exemplo, a dupla formada pelo ex-presidente Alberto Fujimori e pela eminência parda da ditadura, Wladimiro Montesinos, ex-agente da CIA. Ambos estão presos no Peru. Ainda passa pelos presidentes colombianos Andrés Pastrana e Álvaro Uribe.
Dentro e fora dos Estados Unidos, a militarização do combate às drogas e ao crime organizado que opera o tráfico, a chamada "War on Drugs", faliu. Os norte-americanos são campeões mundiais de consumo de drogas ilícitas.
Apesar do alerta inserto na Convenção de Viena de 1980, pelos sistemas bancário e financeiro internacionais, o mercado das drogas proibidas continua a movimentar anualmente cerca de US$ 300 bilhões.
A operação do Bope na favela da Coréia, com a morte de 15 pessoas, incluídos um menino de quatro anos e um policial, foi uma outra irresponsabilidade do governador Cabral, agora a encarnar o papel de capitão Nascimento.
Mais uma vez, civis inocentes, favelados e pobres, ficaram no meio do fogo-cruzado. E as autoridades fluminenses afirmaram que a ação foi planejada. Como se percebeu, ela foi projetada para a população ficar em risco, entre policiais e traficantes. Traficantes do bando de um tal Márcio da Silva Lima, apelidado de Tola, que, pelo jeito, não está entre os mortos suspeitos de integrar o bando que tem controle social e territorial da Coréia. Para o governo do Rio de Janeiro, antes do confronto foram realizados trabalhos de inteligência. Seguramente, uma inteligência-burra. Modernamente, a inteligência, no combate às drogas -que é um dos rentáveis negócios da criminalidade organizada-, ocorre pela infiltração voltada a afetar a economia movimentada. Para isso, o infiltrado oferece vantagens à organização criminosa: lavagem, reciclagem, ampliação de lucros, drogas em consignação, armas potentes etc.
Como tais propostas de vantagens dependem sempre da aprovação do "chefão", abre- se caminho para o contato e a coleta de informações. Outra medida utilizada é desplugar o bando das redes de oferta de drogas no atacado e de armas.
Enfim, existem vários caminhos engenhosos em países que, em respeito a direitos humanos e à eficiência no contraste ao crime, não aceitam a fracassada e enganosa política da "War on Drugs". A "War o Drugs", no momento, só é útil em dois casos. Primeiro, para tentar legitimar o presidente mexicano Calderon, que desde o primeiro dia de mandato guerreia com os cartéis das drogas, sem sucesso e muitas mortes. Segundo, governos populistas, que faturam politicamente em ações espetaculares e de resultados lamentáveis.
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WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH, 60, desembargador aposentado, ex-secretário nacional antidrogas (governo FHC) e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de contraste às máfias
OPINIÃO
O governador Nascimento ou o capitão Cabral?
WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH
ESPECIAL PARA A FOLHA
O governador Sérgio Cabral, com as operações de guerra realizadas nas favelas da Coréia, Rocinha e Dona Marta, legitimou-se para poder pedir ao governo George W. Bush uma "boa-grana" para lançar o "Plan Rio de Janeiro". Algo da série "Plan Colombia" e do recentíssimo "Plan México", dos presidentes Calderon (México) e Bush.
Se faltava sangue, morte de uma criança e helicóptero para matar covardemente suspeitos em fuga, depois da Operação Bope na favela da Coréia tudo ficou completo. Ou melhor, os requisitos básicos foram atendidos para a política bélica do governo Sérgio Cabral adequar-se à "War on Drugs" (Guerra às Drogas). Esta iniciada pelo então presidente Richard Nixon, de triste memória.
A Guerra às Drogas, que emprega o confronto para matar "inimigos", foi ampliada pelo então presidente Ronald Reagan.
Coube a Reagan globalizar a "War on Drugs", pois declarou combate bélico em qualquer ponto do planeta. Como se sabe, queria mesmo um pretexto para invadir países, a fim de combater o comunismo. Na "War on Drugs", que os presidentes pós Nixon, democratas ou republicanos, mantêm até hoje, entraram de cabeça vários ditadores.
Alguns até para "lavar" os indícios de aliados do narcotráfico, como o presidente Hugo Banzer na Bolívia e Noriega no Panamá. E a relação é grande. Por exemplo, a dupla formada pelo ex-presidente Alberto Fujimori e pela eminência parda da ditadura, Wladimiro Montesinos, ex-agente da CIA. Ambos estão presos no Peru. Ainda passa pelos presidentes colombianos Andrés Pastrana e Álvaro Uribe.
Dentro e fora dos Estados Unidos, a militarização do combate às drogas e ao crime organizado que opera o tráfico, a chamada "War on Drugs", faliu. Os norte-americanos são campeões mundiais de consumo de drogas ilícitas.
Apesar do alerta inserto na Convenção de Viena de 1980, pelos sistemas bancário e financeiro internacionais, o mercado das drogas proibidas continua a movimentar anualmente cerca de US$ 300 bilhões.
A operação do Bope na favela da Coréia, com a morte de 15 pessoas, incluídos um menino de quatro anos e um policial, foi uma outra irresponsabilidade do governador Cabral, agora a encarnar o papel de capitão Nascimento.
Mais uma vez, civis inocentes, favelados e pobres, ficaram no meio do fogo-cruzado. E as autoridades fluminenses afirmaram que a ação foi planejada. Como se percebeu, ela foi projetada para a população ficar em risco, entre policiais e traficantes. Traficantes do bando de um tal Márcio da Silva Lima, apelidado de Tola, que, pelo jeito, não está entre os mortos suspeitos de integrar o bando que tem controle social e territorial da Coréia. Para o governo do Rio de Janeiro, antes do confronto foram realizados trabalhos de inteligência. Seguramente, uma inteligência-burra. Modernamente, a inteligência, no combate às drogas -que é um dos rentáveis negócios da criminalidade organizada-, ocorre pela infiltração voltada a afetar a economia movimentada. Para isso, o infiltrado oferece vantagens à organização criminosa: lavagem, reciclagem, ampliação de lucros, drogas em consignação, armas potentes etc.
Como tais propostas de vantagens dependem sempre da aprovação do "chefão", abre- se caminho para o contato e a coleta de informações. Outra medida utilizada é desplugar o bando das redes de oferta de drogas no atacado e de armas.
Enfim, existem vários caminhos engenhosos em países que, em respeito a direitos humanos e à eficiência no contraste ao crime, não aceitam a fracassada e enganosa política da "War on Drugs". A "War o Drugs", no momento, só é útil em dois casos. Primeiro, para tentar legitimar o presidente mexicano Calderon, que desde o primeiro dia de mandato guerreia com os cartéis das drogas, sem sucesso e muitas mortes. Segundo, governos populistas, que faturam politicamente em ações espetaculares e de resultados lamentáveis.
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WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH, 60, desembargador aposentado, ex-secretário nacional antidrogas (governo FHC) e presidente do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de contraste às máfias
Político corrupto se mata diante da Imprensa (IMAGENS CHOCANTES)
Meu ex-aluno Marcus Brito envia a imagem em anexo com a seguinte mensagem:
"Este filme é um caso verídico.... Mostra um político norte-americano que, após ter sido descoberto em corrupção de (somente) US$ 15.000,00 chama a imprensa, lê sua carta de renúncia, pede desculpas à família e à nação, e suicida-se em frente às câmeras e dos estupefatos jornalistas.
Se os políticos brasileiros tivessem a mesma atitude quando descobertos roubando, com certeza nosso Congresso Nacional estivesse fechado por falta de quorum...
Aqui no Brasil vai faltar bala caso essa moda pegue... "
ATENÇÃO: A IMAGEM É TÃO CHOCANTE QUANTO AS IMAGENS DO ENFORCAMENTO DE SADAM HUSSEIN. DESACONSELHÁVEL PARA MENORES E PESSOAS SENSÍVEIS. Este blog tem cuidado com o que publica.
Desigualdade social - Ainda resta gente de bem
Ao lado da seção de cartas da Folha de hoje (ver post abaixo) tem um artigo assinado pelo ex-prefeito de BH, Patrus Ananias. Bom saber que ainda resta esperança, que tem gente que pensa, que sabe que pobre não é bandido, que preto não é marginal.
TENDÊNCIAS/DEBATES
A desigualdade é violenta
PATRUS ANANIAS
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Qual é exatamente a relação entre violência e pobreza? É preciso estabelecê-la adequadamente, de maneira esclarecedora --------------------------------------------------------------------------------
QUAL É exatamente a relação entre violência e pobreza? É preciso estabelecê-la adequadamente, de maneira esclarecedora, pois a ligação entre os dois temas se dá por meio de uma rede de amplos alcances. Não se chega a um por meio do outro sem que, no entorno e no caminho, nos deparemos com uma série de outras confluências no campo das políticas públicas.
Não tratamos da violência dos pobres, que são principalmente honrados trabalhadores, mas da pobreza e da desigualdade.
A pobreza, violenta em si, mata silenciosamente pela fome, pela desnutrição, pela ausência de cuidados básicos. Mas é necessário reforçar que a desigualdade é a fonte de alimentação do caldo de violência que preocupa o país. Dessa compreensão podemos buscar as mais adequadas abordagens, reconhecer e saber como fazer com que os investimentos em políticas sociais se traduzam também em investimentos em segurança pública.
Os pobres são as primeiras vítimas da violência. A desigualdade lhes impõe uma situação de desamparo tamanho que, para além da violência latente na condição de carência confrontada com o fausto, estão sem a defesa contra a violência que se forma em torno. Na periferia dominada por redes criminosas, famílias inteiras convivem com o risco de desconstituição, ameaças de morte de crianças e adolescentes, restrições no direito de ir e vir, parentes desaparecidos.
A segurança, como bem público, deve ser garantida a todos os cidadãos. No entanto, historicamente, os pobres foram alijados desse direito, dentre outros tantos tão elementares para a constituição da cidadania.
Alimentando a violência na desigualdade, prevalece o espírito da "máquina mercante", cuja perversidade já era denunciada no século 17 do poeta Gregório de Matos: "A mim foi-me trocando e tem trocado / Tanto negócio e tanto negociante".
Cabe-nos o desafio de recuperar a vida como valor central de todas as nossas relações sociais. Faz parte do enfrentamento de um grave problema de ordem ética e moral imposta a partir da hegemonia do pensamento liberal e neoliberal, que nos legou uma sociedade em que as mercadorias perdem a referência de sua razão social e vivem por si, alimentada por uma cultura imediatista e hedonista. Tudo, inclusive o corpo, é mercadoria e se banaliza.
Em relação especificamente ao combate à violência, não há dúvidas de que necessitamos de uma profunda e vigorosa reforma no nosso sistema penal. Precisamos de penas mais severas e duras para combater o crime organizado, que foi avançando sobre nossa institucionalidade com requinte crescente, como têm revelado as eficientes ações da Polícia Federal nos últimos anos.
As investigações para identificar e desmantelar redes criminosas e corruptas incrustadas há mais de dez anos na estrutura estatal, como as que têm sido feitas, são essenciais para preservar as instituições democráticas. E para estancar verdadeiros ralos pelos quais historicamente vem passando a sangria de recursos públicos.
A ação repressiva deve recair sobre as direções das organizações criminosas. Para isso, precisa do apoio de uma legislação mais severa que ataque a impunidade, força alimentadora de todo tipo de violência.
Ao mesmo tempo, o debate não se completa sem o papel fundante das políticas sociais integradas, articuladas em torno do objetivo de promover o bem-estar social, de modo a combater a violência atingindo aquilo que hoje se alimenta e é alimentado pela insegurança: a desigualdade.
Nessa perspectiva, a grande utopia possível é oferecer trabalho digno e educação adequada para todos. Mas pessoas, famílias e até comunidades que até então foram excluídas das políticas de crescimento devem primeiro ter garantidas as melhores condições para superar as diferenças.
O investimento em políticas sociais integradas resulta num investimento compartilhado para a sociedade inteira. Em sua obra, Celso Furtado confirma e reforça a tese de que o investimento em desenvolvimento social forma base de sustentação aos projetos de desenvolvimento econômico.
O caminho, nessa direção, aponta para a erradicação da pobreza, a redução da desigualdade, eliminando, dentre as várias causas e conexões da violência, uma das que mais evidenciam o caráter perverso da exclusão.
O combate à violência deve se pautar pelos mesmos princípios de um grande projeto nacional de igualdade de condições e oportunidades, de modo a garantir que a segurança seja, de fato, pública.
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PATRUS ANANIAS, 55, advogado, é o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Foi prefeito de Belo Horizonte (1993-1996).
Bandido bom é bandido morto?
A mentalidade da Direita está a mil por hora. Essa gente agora não se esconde mais, não tem vergonha de assumir suas posições. Inclusive na Imprensa. Vide Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e cia. Hoje, na seção de cartas da Folha de S. Paulo, um leitor põe as manguinhas de fora e mostra a sua face violenta. Não resisti e mandei uma carta pro mesmo jornal; não sei se vão publicar. A seguir, a minha carta e a carta do leitor que se diz "mestrando em direito". Imaginem o que é o Direito na visão dele!
Bandido bom é bandido morto?
"O leitor que se diz mestrando em direito e acha "Vergonhosa, para não dizer injusta e covarde, a posição da OAB ao criticar o justo e necessário enfrentamento das polícias no Rio de Janeiro contra o crime organizado" deve ser adepto da antiga frase "Bandido bom é bandido morto". Fala em nome do povo ao afirmar que "A OAB, deste modo, coloca-se na contramão daquilo que o povo quer e apóia". Acha que a ação do Estado na Favela da Coréia, no Rio de Janeiro, é "uso do poder da polícia" e critica os "apologistas do crime - travestidos de cantores dos ´pretos pobres´, as "suspeitas ongs", os "intelectuais ociosos" e os "padres com um estranho ´senso cristão´". Para o menino Jorge Kauã, de 4 anos, morto durante o confronto, nem uma palavra de conforto. Para quê? Era apenas um favelado a mais. Será que ele pensa que todo favelado é bandido? Será que não leu a história recente do país e nunca ouviu falar do Esquadrão da Morte? Em suas leituras para a tese de mestrado, já leu sobre Mariel Mariscott? Como "adevogado" é adepto da mentalidade do "olho por olho, dente por dente"? Que vergonha, doutor!"
Paulo Cezar Guimarães (Rio de Janeiro, RJ)
Carta do leitor mestrando
OAB
"Vergonhosa, para não dizer injusta e covarde, a posição da OAB ao criticar o justo e necessário enfrentamento das polícias no Rio de Janeiro contra o crime organizado. A OAB, deste modo, coloca-se na contramão daquilo que o povo quer e apóia. E, indiretamente, dá força ao crime organizado ao criticar o aparato do Estado no uso do poder de polícia conferido pela Constituição no Estado democrático de Direito para a defesa de todos. Juntou-se, sem querer, a veneranda instituição dos advogados do Brasil, a má companhia dos defensores do crime e dos apologistas do ilícito -travestidos de cantores "dos pretos pobres'-, suspeitas ONGs com livre trânsito junto ao tráfico, pretensos escritores da "periferia", intelectuais ociosos e despregados da realidade de nossas universidades bem como padres com um estranho "senso cristão". Que vergonha, OAB! Para o policial morto em serviço e no cumprimento do dever, nem uma palavra de conforto ou de agradecimento."
P. , mestrando em direito (São Carlos, SP)
E ninguém cala esse nosso amor! É por isso que eu sou Botafogo
Diretoria vai renovar contrato de Luciano Almeida
Medida foi tomada após jogador sofrer grave lesão contra o Sport
LANCEPRESS!
O técnico Cuca anunciou que a diretoria do Botafogo vai renovar o contrato do lateral-esquerdo Luciano Almeida por mais uma temporada. O jogador deixou o gramado do Engenhão neste sábado, no início do segundo tempo da partida contra o Sport, sentindo muitas dores, com suspeita de fratura, e deve ficar afastado por alguns meses.
- A perda do Luciano Almeida é uma perda irreparável. Parabéns ao presidente (Bebeto de Freitas) que já anunciou que vai renovar o contrato do jogador por mais um ano. Ele já é um jogador de idade avançada (32 anos) e ficar sete, oito meses parado será difícil. Parabéns ao presidente, que tomou uma atitude exemplar - elogiou Cuca.
O lance em que Luciano Almeida se machucou chamou a atenção. Ao disputar uma bola com o atacante Carlinhos Bala, ele prendeu a perna direita no gramado e a imagem do pé do jogador virado chocou. Carregado pela maca, ele foi amparado pelo técnico Cuca, que quis ver de perto a dor do lateral.
- Fiquei muito triste, pus a mão nele na hora em que estava encaixando o osso (fazendo a redução). Vendo aquilo tudo, junto com o sangue, mexe muito conosco. Essa vitória é dedicada a ele - disse Cuca, emocionado, na sala de entrevistas do Engenhão.
Na foto, Luciano comemora um gol marcado contra o Vasco.
sábado, 20 de outubro de 2007
Vale a pena ver de novo: Robinho e o drible você pra lá e eu pra cá (até quarta-feira)
É histórico. Vale a pena ver de novo. Apesar do Galvão.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
A farra da seleção em boate da Barra
Tá dando agora (17 e pouco) no Dia online. Os caras usaram panos pretos para se esconderem dos fotógrafos. Já as mulheres não são assim nenhuma brastemp!
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Lula diz que não lê a Playboy. Mas é mentira!
"Notinha" sacana da Folha na matéria sobre Lula e a CPMF.
"PLAYBOY": ENTREVISTADO EM 79, LULA AGORA DIZ QUE NÃO VÊ A REVISTA
Questionado sobre as fotos de Mônica Veloso nua, Lula disse: "Desde que virei adulto que não vejo a Playboy". Mas ele completou 18 anos 12 anos antes do lançamento da revista, sob codinome "Homem". Lula ainda ignorou sua famosa entrevista à "Playboy", em 1979.
Qual é, Presidente? Depois reclama. Bela sacação do repórter da Folha.
"PLAYBOY": ENTREVISTADO EM 79, LULA AGORA DIZ QUE NÃO VÊ A REVISTA
Questionado sobre as fotos de Mônica Veloso nua, Lula disse: "Desde que virei adulto que não vejo a Playboy". Mas ele completou 18 anos 12 anos antes do lançamento da revista, sob codinome "Homem". Lula ainda ignorou sua famosa entrevista à "Playboy", em 1979.
Qual é, Presidente? Depois reclama. Bela sacação do repórter da Folha.
Ruy Castro e os Ig Nobels
Muito interessante o texto de RUY CASTRO na Folha de hoje. Hilário! Gosto dessas coisas.
Ig Nobels e ignóbeis
Ruy Castro
Todo ano, na época da distribuição do Prêmio Nobel, fico atento às folhas à espera da matéria sobre os ganhadores do Prêmio Ig Nobel, uma criação da revista científica de humor "Anals of Improbable Research" destinada a premiar pesquisas de duvidosa necessidade para o progresso da ciência. Os contemplados recebem os diplomas das mãos de vencedores do Nobel oficial, numa cerimônia na Universidade Harvard, e lêem seus trabalhos no auditório do Massachussetts Institute of Technology, sujeitando-se a uma chuva de aviõezinhos de papel.
Entre os campeões de 2007, meu favorito é o pessoal da Universidade de Barcelona, que levou o Ig Nobel de Lingüística ao demonstrar que "os ratos nem sempre diferenciam pessoas falando japonês ou holandês de trás para a frente". Páreo duro com a equipe do Laboratório Wright, da Força Aérea americana, vencedora do Ig Nobel da Paz pelo desenvolvimento de uma espécie de "bomba gay" capaz de fazer com que "soldados inimigos [num front de guerra] se sintam sexualmente atraídos entre si".
Às vezes, o prêmio é dividido entre equipes que se envolveram na mesma pesquisa, uma sem saber da outra. Vide o grupo da Universidade de Santiago, no Chile, e o da própria Harvard, que venceram o Ig Nobel de Física ao determinar "por que os lençóis amassam".
O que me fascina é que esses pesquisadores acreditam sinceramente estar prestando um serviço à humanidade. Ao se verem ridicularizados, levam na esportiva e vão receber o prêmio e as gaivotas de papel. Não é cinismo, mas humor ou humildade. Bem diferente das internas da política e da economia brasileiras, em que as medidas mais oportunistas geram crises e disputas como se de importância vital para a nação, e não apenas para o seu próprio círculo, este, sim, ignóbil.
Ig Nobels e ignóbeis
Ruy Castro
Todo ano, na época da distribuição do Prêmio Nobel, fico atento às folhas à espera da matéria sobre os ganhadores do Prêmio Ig Nobel, uma criação da revista científica de humor "Anals of Improbable Research" destinada a premiar pesquisas de duvidosa necessidade para o progresso da ciência. Os contemplados recebem os diplomas das mãos de vencedores do Nobel oficial, numa cerimônia na Universidade Harvard, e lêem seus trabalhos no auditório do Massachussetts Institute of Technology, sujeitando-se a uma chuva de aviõezinhos de papel.
Entre os campeões de 2007, meu favorito é o pessoal da Universidade de Barcelona, que levou o Ig Nobel de Lingüística ao demonstrar que "os ratos nem sempre diferenciam pessoas falando japonês ou holandês de trás para a frente". Páreo duro com a equipe do Laboratório Wright, da Força Aérea americana, vencedora do Ig Nobel da Paz pelo desenvolvimento de uma espécie de "bomba gay" capaz de fazer com que "soldados inimigos [num front de guerra] se sintam sexualmente atraídos entre si".
Às vezes, o prêmio é dividido entre equipes que se envolveram na mesma pesquisa, uma sem saber da outra. Vide o grupo da Universidade de Santiago, no Chile, e o da própria Harvard, que venceram o Ig Nobel de Física ao determinar "por que os lençóis amassam".
O que me fascina é que esses pesquisadores acreditam sinceramente estar prestando um serviço à humanidade. Ao se verem ridicularizados, levam na esportiva e vão receber o prêmio e as gaivotas de papel. Não é cinismo, mas humor ou humildade. Bem diferente das internas da política e da economia brasileiras, em que as medidas mais oportunistas geram crises e disputas como se de importância vital para a nação, e não apenas para o seu próprio círculo, este, sim, ignóbil.
Manifestação da Fiesp em São Paulo: a Oposição que Lula pediu a Deus
A foto de João Wainer publicada na capa da Folha de S. Paulo de hoje diz tudo. É a segunda vez que a Elite de São Paulo tenta reeditar a Marcha dos anos 60 e quebra a cara pela falta de povo. Nem a presença dos artistas "engajados" de sempre conseguiu atrair público.
Luciano, que faz dupla com Zezé e é um dos filhos de Francisco, assumiu: "É hipocrisia falar que esse movimento não é contra o governo Lula". Dani (?), da banda NX Zero, "esclareceu": "A gente está fazendo um negócio de uma coisa que eu não sei informar".
Segundo a matéria publicada num pequeno box na Folha:
"(...) O público gritava e aplaudia quando o locutor dizia o nome das bandas. Quando ele pedia um ´não´ para a CPMF, recebia apenas o silêncio".
Lula deve estar morrendo de rir.
Torcida vascaína animada por causa da vitória sobre o Botafogo - na porrada
Só por causa da vitória contra o Botafogo, conseguida através de muita botinada e cumplicidade do juiz, que só expulsou dois dos botinudos no final do jogo, a torcida do Vasco está saindo do armário e comemorando pelas ruas da cidade. A foto saiu no Dia online.
Manifestação da Fiesp fracassa. Eles continuam cansados mas não aprendem. Mais uma vez faltou o povo
Show contra a renovação da cobrança da CPMF reúne cerca de 15 mil no Anhangabaú, em São Paulo; os organizadores, com a Fiesp à frente, esperavam juntar 2 milhões
Show contra CPMF reúne só 15 mil; artistas desconhecem alíquota do "imposto do cheque"
REGIANE SOARES
da Folha Online
O show "Tributo contra o Tributo" contra a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), no vale do Anhangabaú (região central de São Paulo), frustrou as expectativas de seus organizadores e reuniu apenas 15 mil pessoas, segundo estimativa feita pela Polícia Militar às 20h15. Quarenta minutos antes, a previsão da PM era de 7.000 pessoas.
Os organizadores do show, liderados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), esperavam reunir um público de 2 milhões de pessoas no vale do Anhangabaú e arredores.
O empresário André Skaf --filho do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e um dos idealizadores do show-- explicou que a intenção da organização era "encher" o vale do Anhangabaú para conscientizar o máximo de pessoas. Por volta das 19h, André disse que a expectativa era reunir 250 mil pessoas, mas preferiu não comentar a redução do público.
Entre os artistas que se apresentaram no show estão Nando Cordel, Falamansa, Fresno, NXZero, o cantor Netinho, a banda KLB e a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano. O evento custou R$ 300 mil, mas os artistas não cobraram pela apresentação. As despesas serão pagas pela Frente Nacional da Nova Geração e pelas entidades que apóiam o ato, como a Fiesp e a Associação Comercial de São Paulo.
Alguns dos artistas convidados não tinham domínio sobre o tema que pretendiam protestar. O vocalista da banda Fresno, Lucas Silveira, disse que não sabia quanto pagava de CPMF ao ano. "Graças a Deus eu não sei, porque se soubesse estaria mais bravo ainda", disse. Questionado sobre o percentual da alíquota da CPMF, Lucas respondeu: "São 7%. É isso? Não tenho idéia". A alíquota é de 0,38%.
O cantor Luciano criticou a prorrogação cobrança da CPMF e ressaltou que o show no Anhangabaú era um ato contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, também não soube dizer quanto pagava de contribuição. Questionado sobre o assunto, Luciano respondeu: "Eu? Não [sei]", afirmou.
"Uma pessoa que fala que isso aqui [o show] não está indo contra o governo Lula é uma pessoa idiota. Se o governo Lula quer prorrogar a CPMF até 2011, e isso é um movimento contra a CPMF, então é um movimento contra o governo Lula", afirmou o cantor, que se posicionou a favor da redução da alíquota e a cobrança apenas para quem ganha acima de R$ 3.000.
Ao contrário do irmão, o cantor Zezé di Camargo foi menos crítico em relação ao governo e disse que votaria em Lula se hoje ele fosse candidato. Mas também defendeu a redução da alíquota para 0,10% e rebateu críticas de que o ato seria uma forma de usar o seu público para fazer "massa de manobra" contra a contribuição.
"Não queremos fazer massa de manobra de ninguém. Queremos apenas esclarecer as pessoas, porque isso [a contribuição] está sendo injusto", afirmou Zezé.
Já o cantor Kiko, da banda KLB, demonstrou que acompanha as discussões sobre a CPMF e não poupou críticas à prorrogação da contribuição. "A CPMF foi criada para melhorar a saúde e o crescimento foi irrisório", afirmou.
Público
Apesar do esforço dos organizadores em conscientizar a população, muitas pessoas que foram ao vale do Anhangabaú não tinham informações completas sobre a CPMF e confirmaram à reportagem que foram ver os artistas, principalmente o KLB e a dupla Zezé di Camargo e Luciano.
A estudante Indiara Conceição Cruz, 21, por exemplo, admitiu que foi ao Anhangabaú para ver o KLB e aproveitou para protestar contra a CPMF. "Uni o útil ao agradável", contou a estudante, que chegou ao vale às 7h, ficou o dia todo sem comer "para pegar um bom lugar" e ver seus ídolos.
Já a dona de casa Aranira Ferreira, 60, não sabia como pagava a CPMF. "Pago toda vez que compro pão e leite", afirmou a idosa, que disse ter ido ao show para ver a dupla sertaneja. A CPMF é cobrada em toda movimentação bancária.
Questionado sobre a falta de informação de alguns artistas e de parte do público, André Skaf disse que foram os artistas que aceitaram o convite da Frente Nacional da Nova Geração para se manifestar contra a CPMF. "Quando falamos sobre a CPMF eles mesmos [os artistas] se colocaram contra. Agora tem que perguntar pra eles", afirmou.
A Frente Nacional da Nova Geração foi criada há dois meses por jovens empresários e líderes estudantis e comunitários para propor o fim da CPMF. "Se a CPMF continuar será um desrespeito à sociedade porque a sociedade não quer mais [a cobrança]", comentou. Se a prorrogação da CPMF não for aprovada pelo Congresso, a contribuição termina em 31 de dezembro.
O empresário também reagiu às críticas de que a Fiesp e as demais entidades que realizaram o show são contra a CPMF porque eles não têm como sonegar. "Isso é uma mentira. Hoje, para você acabar com o sonegador, não precisa a população contribuir. Não precisa ter uma alíquota e arrecadar R$ 40 bilhões ao ano", afirmou André.
Fonte: Folha on line
terça-feira, 16 de outubro de 2007
O que é Reinaldo Azevedo?
Esse tal de Reinaldo Azevedo, que joga no mesmo time de Diogo Mainardi e outras coisas do gênero, e tem a mania de chamar de "idiotas" as pessoas que discordam de suas idéias com cheiro de naftalina, escreveu mais um de seus manifestos de Direita na Folha de ontem (domingo). A Folha de hoje publica duas mensagens gozando esse sujeito que usa esse chapéu fora de moda achando que é "muderninho". O que esses caras não fazem pra aparecer!
"O senhor Reinaldo Azevedo nos mostra a sua total falta de capacidade analítica no artigo de ontem. Primeiramente, nos traz uma análise equivocada do artigo de Ferréz, pois o rapper não faz apologia de crime, pelo contrário, aponta a absurda desigualdade social que nos leva a ele. O articulista também chama Ferréz de "bibelô mimado pelas esquerdas e pelo pensamento politicamente correto". Ora, quer dizer que enxergar a nossa realidade pelo ponto de vista do excluído é ser "bibelô da esquerda'? E ser "politicamente correto" criticando o imenso abismo entre as classes sociais existente no Brasil é errado? Reinaldo Azevedo nos mostrou quem é o verdadeiro "bibelô", mas, no caso dele, "bibelô" do que há de mais reacionário em nosso país. Realmente está em curso uma "revolução dos idiotas': seu artigo é a maior prova disso."
VINÍCIUS DE OLIVEIRA JUBERTE (Avaré, SP)
"Ao ler o texto de Reinaldo Azevedo pensei imediatamente em Diogo Mainardi. A ultradireita já foi mais esperta. Hoje é de uma burrice de doer."
MARIA GASPAR (São Paulo, SP)
Da série: Diogo Mainardi só fala merda - 2
Depois daquela besteirada de sempre de chamar Che Guevara de assassino, o idiota do Diogo Mainardi cometeu mais uma. No programa Manhatan Connection:
"Esse negócio de aquecimento global é besteira. Tá com calor, tira a camisa".
Que gênio! Que cultura! Que visão! Que cabeça! Que visão humanista!
Faz de tudo pra aparecer esse mauricinho paulista.
"Esse negócio de aquecimento global é besteira. Tá com calor, tira a camisa".
Que gênio! Que cultura! Que visão! Que cabeça! Que visão humanista!
Faz de tudo pra aparecer esse mauricinho paulista.
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Uma cidade - LITERALMENTE - de merda!
Deu no blog do Ancelmo também.
"Tem internauta - Antonio Manuel Castro del Rio, que enviou a foto ao site da turma da coluna, é um deles - reivindicando que nossos ilustres parlamentares incluam uma missão em suas sempre movimentadas agendas de viagem: ir a esta cidadezinha, na Turíngia, região central da Alemanha, propor oficialmente às autoridades locais sua transformação em cidade-irmã de Brasília. É. Pode ser".
Sofrer pelo Botafogo, Nelson Rodrigues
Meu camarada Cid Benjamin, flamenguista gozador, enviou o texto abaixo que ele garante ser do Nelson Rodrigues, que, como todos sabem, era tricolor. Nelson captou bem a alma botafoguense. Somos diferentes mesmo. Não somos iguais como são flamenguistas, tricolores e vascaínos. Esses são comuns.
Sofrer pelo Botafogo
Nelson Rodrigues
"Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível. Por quê?
Pelo seguinte: - há, no alvinegro, a emanação específica de um pessimismo imortal. Pergunto eu: - por que vamos ao campo de futebol? Porque esperamos a vitória. Esse otimismo é o impulso interior que nos leva a comprar ingresso e vibrar os 90 minutos. E, no campo, o otimismo continua a crepitar furiosamente. Não importa que o nosso time esteja perdendo de 15 x 0. Até o penúltimo segundo, nós ainda esperamos a virada, ainda esperamos a reação. Pois bem: - o torcedor do Botafogo é o único que, em vez de esperar a vitória, espera precisamente a derrota.
Os outros comparecem na esperança de saborear como um Chica-bon o triunfo do seu clube. Mas o torcedor do Botafogo é diferente: ele compra o seu ingresso como quem adquire o direito, que lhe parece sagrado e inalienável, de sofrer. Eis a verdade: - ele não vai a campo ver futebol. O futebol é um detalhe secundário e, mesmo, desprezível. Ele quer, acima de tudo, desgrenhar-se, esganiçar-se, enfurecer-se e rugir contra Zezé Moreira.
No dia em que retirarem do torcedor alvinegro o inefável direito de sofrer e, sobretudo, o direito ainda mais inefável de descompor seu técnico, ele ficará inconsolável, como um ser que perde, subitamente, a sua função e o seu destino. Tudo na vida é uma questão de hábito. E o cidadão que padece todos os dias, acaba se afeiçoando ao próprio martírio ou mais do que isso: - o martírio torna-se insubstituível como um vício funesto.
(...)
Publicado na Manchete Esportiva (4/8/1956)
Sofrer pelo Botafogo
Nelson Rodrigues
"Todos os torcedores de futebol se parecem entre si como soldadinhos de chumbo. Têm o mesmo comportamento e xingam, com a mesma exuberância e os mesmos nomes feios, o juiz, os bandeirinhas, os adversários e os jogadores do próprio time. Há, porém, um torcedor, entre tantos, entre todos, que não se parece com ninguém e que apresenta uma forte, crespa e irresistível personalidade. Ponham uma barba postiça num torcedor do Botafogo, dêem-lhe óculos escuros, raspem-lhe as impressões digitais e, ainda assim, ele será inconfundível. Por quê?
Pelo seguinte: - há, no alvinegro, a emanação específica de um pessimismo imortal. Pergunto eu: - por que vamos ao campo de futebol? Porque esperamos a vitória. Esse otimismo é o impulso interior que nos leva a comprar ingresso e vibrar os 90 minutos. E, no campo, o otimismo continua a crepitar furiosamente. Não importa que o nosso time esteja perdendo de 15 x 0. Até o penúltimo segundo, nós ainda esperamos a virada, ainda esperamos a reação. Pois bem: - o torcedor do Botafogo é o único que, em vez de esperar a vitória, espera precisamente a derrota.
Os outros comparecem na esperança de saborear como um Chica-bon o triunfo do seu clube. Mas o torcedor do Botafogo é diferente: ele compra o seu ingresso como quem adquire o direito, que lhe parece sagrado e inalienável, de sofrer. Eis a verdade: - ele não vai a campo ver futebol. O futebol é um detalhe secundário e, mesmo, desprezível. Ele quer, acima de tudo, desgrenhar-se, esganiçar-se, enfurecer-se e rugir contra Zezé Moreira.
No dia em que retirarem do torcedor alvinegro o inefável direito de sofrer e, sobretudo, o direito ainda mais inefável de descompor seu técnico, ele ficará inconsolável, como um ser que perde, subitamente, a sua função e o seu destino. Tudo na vida é uma questão de hábito. E o cidadão que padece todos os dias, acaba se afeiçoando ao próprio martírio ou mais do que isso: - o martírio torna-se insubstituível como um vício funesto.
(...)
Publicado na Manchete Esportiva (4/8/1956)
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Mônica Veloso e a garota de programa que esquentou a Guerra Fria
GUERRA FRIA, SENADO QUENTE
Caso que derrubou ministro britânico em 63 inspirou ensaio com jornalista
(Legenda das fotos: Imagens de Christine Keeler (à esq.), então com 21, em 1963, e foto de Mônica Veloso, aos 39, em 2007)
Uma das fotos do ensaio do fotógrafo J.R. Duran com Mônica Veloso para a revista "Playboy" inspira-se numa das imagens mais famosas dos anos 60 - uma fotografia da garota de programa Christine Keeler, pivô do escândalo Profumo.
Em 4 de junho de 1963, o então ministro da Defesa britânico, John Profumo, renunciou ao cargo em meio ao escândalo provocado por seu relacionamento extraconjugal com Keeler, que mantinha simultaneamente um caso com o adido naval soviético Eugene Ivanov.
A suspeita de que a moça extraía segredos militares de Profumo e os repassava aos soviéticos num dos períodos mais tensos da Guerra Fria - a crise dos mísseis em Cuba, que quase levou à guerra entre EUA e URSS, havia ocorrido oito meses antes - nunca foi provada, mas arruinou sua carreira política e contribuiu, quatro meses depois, para derrubar o primeiro-ministro Harold Macmillan. Perdoado em 1975, Profumo morreu no ano passado, aos 91.
De família aristocrática e herói da Segunda Guerra, John Dennis Profumo entrou para o Parlamento em 1940. Casado com a atriz Valerie Hobson desde 1954, iniciou seu relacionamento com Keeler em 1961. Quando sua relação veio à público, Profumo negou no Parlamento que houvesse qualquer "inconveniência" em seu relacionamento. Foi contestado pela própria Keeler, o que tornou sua situação insustentável.
A foto de Keeler foi tirada em maio de 1963, no auge do escândalo, por Lewis Morley, para promover um filme sobre o caso. Uma das cópias foi roubada e saiu no "Sunday Mirror".
Fonte: Folha de S. Paulo
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Sou mais a Marilyn Monroe!
Acabo de ler no Globo que a exposição "Marilyn Monroe, o mito" teve que ser adiada porque as fotos que compõem a mostra ficaram retidas pela Receita Federal em São Paulo. Os fiscais alegaram que "a empresa responsável por trazer o material não apresentou a documentação necessária para a admissão temporária e sem tributação", segundo a matéria do jornal. O empresário responsável pela exposição acha que houve erro de avaliação do fiscal:
"O fiscal entendeu que não eram obras de arte e ..."
Curioso: quando a Receita Federal vai explicar a origem e o destino dos 4 milhões daquele sujeito que atende pela alcunha de Roberto Jefferson? E o caso Renan Calheiros?
E pensar que muitas vezes eu vi o bicheiro Castor de Andrade ser tratado como "vip" nos corredores do Aeroporto Internacional! Castor e Jefferson sim, Marilyn não?
Que vergonha!
Mais uma da "Indústria da Multa"
Acabo de ler no caderno "Carro etc", de "O Globo", editado pelo meu ex-aluno e competente jornalista Jason Vogel, que "a partir de 2008, um chip vai dedurar carros com IPVA atrasado" (a notícia é grande e detalhada). Mais uma invenção para faturar no trânsito.
E quando vão instalar chips para dedurar os buracos nas vias e ruas, os guardas escondidos com blocos atrás de árvores, os policiais que cobram propinas etc etc etc?
Em tempo: será que os dois doidões da foto receberam a multa?
Eduardo e Mônica, digo, Ideli e Mônica
E a foto da senadora Ideli Salvatti, que defendia Renan Calheiros, olhando na internet a fotografia da jornalista Mônica Veloso na 'Playboy'? É manchete na Folha com o título: "Até tu?". A foto é de Lula Marques.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Pequena crônica: "Vicente, o workaholic ou Pô, meu, esquece isso!"
Mais de meia-noite. Chego em casa com a cabeça inchada, depois de sofrer com o meu Botafogo no Engenhão, ficar horas esperando o trem sair da estação e me irritar com mais uma edição da Veja. Ligo o computador. Lá está o Vicente. Como sempre, trabalhando. É um workaholic nato.
- Fala, meu!
- Fala, Vicente!
- E aí?
- Acabei de chegar. Vou fazer um pipi!
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
- Vou esquentar uma lasanha dormida no micro-ondas.
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar. Qual é a sua?
Alguns minutos depois, o telefone toca:
- Cadê você, meu?
Me preocupo com o bolso do meu amigo, que mora em Brasília, e chamo pra conversar no skype. Antes aviso que a lasanha está quentinha e que eu vou traçá-la imediatamente. E o Vicente:
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Como a lasanha diante do computador. Fico em silêncio. Mastigando. E Vicente:
- Pô, meu. Você está me ouvindo?
- Estou. De boca cheia. Mastigando.
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Peço um tempo para pegar um copo de guaraná. E Vicente:
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Uma e tanto da matina. Me despeço, desligo o computador e vou pra cama dar uma lida num livrinho antes de dormir. O telefone toca de novo.
- Cadê você, meu?
- Estava indo dormir.
- Pô, meu. Esquece isso. Vamos trabalhar. Qual é a sua?
ACONTECEU.
- Fala, meu!
- Fala, Vicente!
- E aí?
- Acabei de chegar. Vou fazer um pipi!
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
- Vou esquentar uma lasanha dormida no micro-ondas.
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar. Qual é a sua?
Alguns minutos depois, o telefone toca:
- Cadê você, meu?
Me preocupo com o bolso do meu amigo, que mora em Brasília, e chamo pra conversar no skype. Antes aviso que a lasanha está quentinha e que eu vou traçá-la imediatamente. E o Vicente:
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Como a lasanha diante do computador. Fico em silêncio. Mastigando. E Vicente:
- Pô, meu. Você está me ouvindo?
- Estou. De boca cheia. Mastigando.
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Peço um tempo para pegar um copo de guaraná. E Vicente:
- Pô, meu! Esquece isso. Vamos trabalhar.
Uma e tanto da matina. Me despeço, desligo o computador e vou pra cama dar uma lida num livrinho antes de dormir. O telefone toca de novo.
- Cadê você, meu?
- Estava indo dormir.
- Pô, meu. Esquece isso. Vamos trabalhar. Qual é a sua?
ACONTECEU.
40 anos do assassinato de Che: Brasileiro lamenta não ter sido o 'vingador de Che'
Brasileiro lamenta não ter sido o 'vingador de Che'
Amílcar Baiardi conta como foi errar o tiro contra o assassino do revolucionário 40 anos após a sua morte
Lucas Pretti, do estadao.com.br
SALVADOR - O sonho desse intelectual baiano de 66 anos era ter escrito a carta até o fim: "Um ano e pouco depois, o Comando de Libertação Nacional, em nome dos oprimidos de todo o mundo, vinga o assassinato de Che Guevara". Em 1968, o jovem Amílcar Baiardi fez parte do grupo de brasileiros que tentou matar Gary Prado, o militar boliviano que capturara Ernesto Guevara de la Serna um ano antes, em 8 de outubro de 1967, 40 anos atrás. Mas o tiro atingiu o peito errado - e Baiardi participou de um dos principais erros históricos da esquerda brasileira. A frustração o persegue quatro décadas depois. "Seria muito reconfortante ter matado Gary", diz em entrevista exclusiva ao estadao.com.br.
Intelectual e profundo conhecedor das táticas de guerrilha rural, Baiardi foi o responsável por redigir o comunicado oficial do Comando de Libertação Nacional (Colina) sobre a morte de Gary Prado à imprensa. Esperou pelos três "companheiros" quase uma hora num "aparelho" clandestino no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro. Quando chegaram, com a missão cumprida e uma pasta supostamente do militar boliviano, perceberam que algo estava errado. Documentos em alemão. Haviam matado Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército alemão.
Baiardi amassou e destruiu imediatamente o rascunho da carta. Firmou com João Lucas Alves, Severino Viana e José Roberto Monteiro (os três companheiros) um pacto de silêncio que durou até 1988. Apenas ele sobreviveu à ditadura. O hoje professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura em 1997 e ex-guerrilheiro recebeu o estadao.com.br em seu apartamento, em Salvador, para contar a história. E falar de Che, o "visionário romântico".
Você tem formação em guerrilha rural, chegou a organizar o primeiro exército de guerrilheiros rurais no Maranhão. Como foi parar em uma ação urbana no meio do Rio de Janeiro?
Eu não estava no grupo tático do Colina que organizou o atentado a Gary Prado. Mas como sabiam que eu tinha experiência e uma cultura mais geral do que era o movimento de libertação na América Latina, me pediram para redigir a mensagem ao povo brasileiro comunicando a vingança de Che Guevara. Tanto que no aparelho tinha uma máquina de escrever e eu já estava preparando o que seria a mensagem.
Esse papel ainda existe?
Não, não... Fiz um manuscrito que depois embolei e destruí lá mesmo. A mensagem seria assim: "Um ano e pouco depois, o Comando de Libertação Nacional, em nome dos oprimidos de todo o mundo, vinga o assassinato de Che Guevara". Imaginava que teria uns quatro a cinco parágrafos. Terminaríamos com a exortação dos revolucionários no Brasil para a construção de uma frente guerrilheira única. Era um discurso nessa direção. Deixaríamos a mensagem numa caixa de correio e avisaríamos os jornais. Seria uma bomba jornalística, era a idéia.
Você foi o mentor do atentado?
Não, fui convocado pelo Colina. Tinha uma relação muito próxima com dois dos companheiros. Um paulista agrônomo, José Roberto Monteiro, que trabalhou comigo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O outro era João Lucas Alves. Ficamos muito ligados em decorrência do material sobre guerrilha que eu havia trazido da Colômbia. Ele que me ligou e disse: "Venha para o Rio de Janeiro que temos uma ação para você, uma ação de impacto que vai projetar nossa organização".
As táticas usadas pelo Colina eram as mesmas de organizações mais reconhecidas na época como a Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), de Carlos Lamarca?
Sim. Tínhamos uma infinidade de medidas de segurança. Tanto que cheguei vendado ao que se chamava de aparelho, creio que em Botafogo, não sei direito até hoje. Como combinado, num determinado local, num certo dia, o João Lucas me pegou, me deu a venda e eu entrei num apartamento. Foi aí que soube: "Nós vamos vingar o Che". Foi feito o levantamento do Gary Prado, a imprensa tinha noticiado que ele tinha ido ao Rio para cursar a Escola Superior do Estado-Maior, na Praia Vermelha. Cheguei, tinha lá um sanduíche, uma máquina de escrever. Era um aparelho típico. Pouca mobília, algumas armas, e ele me disse que chegaria, dentro de 40 minutos, com esta notícia: a comprovação de que o Gary Prado tinha sido executado.
Como descobriram o engano?
Eles voltaram com uma pasta. Quando abrimos, só tinha documentos em alemão, um passaporte em alemão. Aí não se teve mais dúvida de que se tinha cometido um erro histórico. Nossa fonte de informação era um soldado infiltrado no Exército e havia uma coincidência enorme. Fisicamente, Gary e o alemão eram parecidos, magros, altos, mesma cor de pele, não usavam óculos. Então fizemos um pacto: "Nunca ninguém vai saber disso, nem mesmo nossos companheiros da organização". Não abrimos em hipótese alguma, mesmo presos e sob tortura, porque isso comprometeria a organização. Mas aconteceu um fato curioso. O Gary Prado entendeu a mensagem. Uma semana depois ele desapareceu do Rio, suspeitando que seria o alvo.
Analisando com uma sabedoria de 40 anos de História, qual foi a maior besteira que Che Guevara disse e fez?
Ele foi excessivamente romântico e muito humanista. Eu diria que é um paradoxo: ser humanista e desenvolver luta armada revolucionária. O erro dele foi achar que poderia criar muitos Vietnãs, achar que transformaria os Andes em uma Sierra Maestra. Foi um grande equívoco. Ele começou a se dar conta disso quando chegou na Bolívia e a própria esquerda não o apoiou incondicionalmente. Ficou isolado pela própria esquerda.
E o grande legado? O que tem de vanguarda em Che Guevara?
Já como acadêmico, fiz um trabalho em que tentei entender os fundamentos do pensamento econômico de Guevara. Descobri coisas curiosas. Em primeiro lugar, uma visão que ele tinha como presidente do Banco Central e ministro da Indústria de Cuba de que o atrelamento com a União Soviética não era uma coisa boa e definitiva para Cuba. Ele tinha alguns debates com Charles Bettelhein, um economista francês, e dizia que o Comecom (Conselho para Assistência Econômica Mútua), o mercado comum socialista, de algum modo dava um tratamento a Cuba que se parecia a um grupo capitalista. Os soviéticos não se guiavam nas relações de intercâmbio pela Lei do Valor. Depois, em segundo lugar, Che defendia alguma forma de mercado, alguma descentralização. Era a mesma posição do economista polonês Oscar Lange. Flexibilização, que houvesse no tecido socialista pequenas e médias empresas. O pensamento econômico deles estava muito avançado em relação à época.
Não é o que se busca hoje - associar capitalismo com ganhos sociais?
Diria que Che anteviu o que aconteceu com alguns países do ex-bloco socialista, que se transformaram em economia de mercado, viraram o que se chama de "socialismo de mercado". Ele incomodava o "mainstream" soviético, o pensamento único. Outra coisa importante que ele pregava é a idéia do "novo homem", que produziria não apenas motivado por remunerações pecuniárias. Ele achava que tinha de chegar a um estágio do socialismo para as pessoas se movimentarem pensando na sociedade.
O que dizer do Che ícone pop, que virou tatuagem de Maradona e Mike Tyson, bandeira da Jamaica? Ele associado não à esquerda propriamente, mas à rebeldia em geral. É positivo?
Contribui na medida em que leva essas pessoas a saberem quem foi o Che, sua dimensão humana. Pensar nessas duas figuras, Maradona e Tyson, que são dadas a drogas, aí não é legal. Mas é um ícone para a capacidade de se rebelar, não aceitar o que vem de cima, as regras instituídas. Sua presença ainda durará muito tempo.
Che é o maior líder de todos os tempos da América Latina?
(Pensa) Sim... É um visionário, mais que propriamente um líder. Se fosse líder, conduziria multidões, o que não ocorreu. Mas como referência, não vejo ninguém à altura dele. Salvador Allende também foi uma figura extraordinária, pela coerência, e Camilo Torres, sacerdote colombiano. Mas nenhum atingiu o pedestal de Che.
Para finalizar. Você gostaria de ter matado Gary Prado? Queria ter dormido com essa?
Queria. Claro. Seria muito reconfortante. Mas hoje, fazendo a análise contra-factual, é curioso ver que Gary Prado joga a favor da redemocratização da Bolívia, um papel positivo na História. Isso só mostra que não devemos ser maniqueístas, dizer que todos que estão de um lado são ruins ou bons. Mostra que as pessoas podem mudar. People change.
Participe do debate sobre o Che no Jornal de Debates:
www.jornaldedebates.com.br
Zelda Merda! Que cagada!
O Kibeloco botou no ar, O Dia online divulgou. Apenas repasso a "desculpem a nossa falha" do competente Willian Waack.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Tudo por uma jujuba!
Homem destrói 22 computadores após chefe ignorar caixa de jujubas
Um funcionário japonês de 31 anos quebrou com um bastão os 22 computadores do escritório em que trabalhava, quando percebeu que a caixa de jujubas com a qual presenteou seu chefe foi ignorada pelo superior, noticiou o jornal Asahi Shimbun.
Quando depôs na corte da cidade de Osaka, o ex-funcionário justificou o seu acesso de fúria dizendo que o chefe não havia nem tocado na caixa que ele ofereceu como agradecimento por ter sido contratado para trabalhar no escritório de uma empresa que vende roupas pela internet.
Fonte: IG - Marcos Reis
É uma ameaça?
Aos 34, Roberto Carlos ainda se vê em condições de atuar pela seleção
Mesmo com idade avançada e longe dos grandes centros da Europa, o jogador do Fenerbahçe acredita que teria condições de disputar as eliminatórias
Fonte: Pelé net
http://noticias.uol.com.br/pelenet/entrevistas/ult4084u124.jhtm
domingo, 7 de outubro de 2007
Matemática flamenguista
Programa "Esportevisão", da TV E. A repórter entrevista o entusiasmado torcedor do Flamengo, antes do início do jogo contra o Flu, que "calcula":
"Casa cheia hoje. 69 mil torcedores do Fla e mais 5 mil do Flu. Vão ser 72 mil torcedores".
Que matemática é essa? Depois eles reclamam quando nós gozamos.
Há coisas que só acontecem ao Botafogo. Olê, olê, olê, olá, Cuca, Cuca! Rumo a Tóquio
Caiu Mário Sérgio. Não deveria nem ter entrado. Parecia uma múmia do lado de fora do campo. Sem sangue, sem raça, sem amor ao clube. A Mídia está informando que Cuca está de volta. Gostei. O cara se identificou com o clube e com a torcida. Merece uma nova oportunidade. Mas tem coisas que realmente só acontecem com o Botafogo. Por isso é que eu gosto do Glorioso.
Parque São Jorge, o estádio do Corinthians, time do meu amigo Vicente
Entendam a dor de cotovelo do meu querido amigo Vicente Dianezi Filho que mandou comentário "pro" post abaixo. Dá pra comparar?
Imagem do site:
http://www.portalcorinthians.com/index.php?pagina=sao_jorge
sábado, 6 de outubro de 2007
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Orgia de idosos
Essa eu "pesquei" no blog do meu camarada Cid Benjamin. É flamenguista, mas é gente boa. O Cid, que já foi PT, hoje é PSOL, vive sacaneando o Lula. Mas ele não é "cansado".
http://blogdocidbenjamin.zip.net/
Adeus mundo cruel! - Minha Carta-Testamento
Há alguns anos, decepcionado com mais uma fase trágica do meu Botafogo, fiz uma humilde paródia da Carta-Testamento de Getúlio Vargas. Nela trocava todos os problemas de Vargas pelos problemas vividos pelo Glorioso. Decidi buscar no baú. Tudo a ver com o momento. É só trocar os nomes de algumas situações e personagens. E duro é que o Flamengo ainda brilhou no Maracanã. Cadê a garra do time botafoguense? Se o timeco do Flamengo consegue, por que o Botafogo não pode conseguir?
Eis a minha Carta-Testamento.
"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o Botafogo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre o meu time. Os torcedores de Vasco e Flamengo não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o meu Botafogo e principalmente seus humildes torcedores das besteiras do Rolim.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação de juízes como o Marçal Filho e times como o Flamengo e mais recentemente o Vasco, fiz-me parte de uma revolução e venci o Campeonato Carioca de 89 e 90, a Commebol, o Campeonato Brasileiro de 1995, o Torneio Rio-São Paulo de 97 e outros torneios pelo mundo afora, inclusive um na Espanha. Iniciei o trabalho de libertação e ajudei a instaurar o regime de liberdade social tentando fazer a cabeça de dois sobrinhos para torcerem pro time da estrela solitária. Tive de renunciar. Um escolheu o Vasco, o outro o Flamengo Voltei ao Maracanã nos braços do povo.
A campanha subterrânea do Eurico Miranda, querendo criar a disputa apenas entre dois times no Rio, aliou-se à dos grupos nacionais (Corinthians, Palmeiras, Atlético Mineiro e outros) revoltados contra o período de vitórias dos anos 90. O faturamento de lucros extraordinários conseguido em excursões pelo exterior nos anos 60 foi suspenso no período de Galdinos, Purucas, Tucas e Artures Pai Dégua. Contra a justiça da revisão do salário de nossos craques se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Seven Up e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Hyundai foi obstaculada até o desespero.
Não querem que o Botafogo seja livre. Não querem que o Botafogo seja independente. Assumi a posição de torcedor do Botafogo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho e de um regime de força; era apenas um adolescente. Acabaram com o nosso estádio e nos colocaram nos braços de um marechal. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Mas meu time sucumbiu ao Borer, Rivinha e outros. Veio a crise do Gilson Nunes e depois do Mauro Fernandes, e não valorizou-se o nosso principal produto: os juniores. Tentamos defender o trabalho do Mauro e seus ternos bem cortados e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa equipe, a ponto de sermos obrigados a ceder, escalando o Ruço, Marcelinho Paulista e o Galego. E agora trazemos de volta um velho capitão.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o meu Botafogo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue e minha camisa número 7 dos tempos do Túlio. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o botafoguense, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo da gozação dos torcedores de Vasco e Flamengo, inclusive do meu prédio, e hoje me liberto para a vida eterna. Mas essa torcida alvinegra de quem fui escravo não mais será escrava de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Botafogo. Lutei contra a espoliação da nossa torcida. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio.
Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História - ou melhor, saio da primeira divisão para entrar na segunda".
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Tá explicado porque a "craque" do futebol brasileiro foi vice
Tá rolando na Rede. Sem comentários. Até porque botafoguense, no momento, não está podendo gozar os pobres vascaínos. Reconheço.