quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Crônica (Celular dado, não se olha os dentes"

Meus amigos
Acabei de trocar o meu aparelho de celular. Gostei tanto que resolvi escrever uma crônica. Rapidinho. Não reparem os erros gramaticais. Minha revisora está de férias. Quase pedi à Lucila, do Jornal de Debates, pra me ajudar. Mas já exploro ela o dia inteiro com os meus rolos constantes com o computador. Se ele (o computador) ficar de gracinha comigo, troco ele também. Ou será que ele é quem vai me trocar?

Celular dado, não se olha os dentes
Paulo Cezar Guimarães

Troquei meu aparelho celular. Finalmente! O outro só me dava problemas. Por causa dele, fui parar no SPC. Coisa de 32 reais. A gerente da loja tinha me ligado uma semana antes de eu receber a mensagem de voz dizendo que o cheque era voador. E quase que eu ainda fico sem conta no banco. E tudo por causa do velho celular.

Também é o que dá comprar coisa barata. E o treco parecia muito mais um aparelho de barbear do que um celular. As pessoas ligavam pra mim e ele se recusava a completar a ligação. Quando alguém deixava recado, ele ignorava. E de vez em quando ainda vinha com aquele papo de “você ainda não gravou a sua mensagem e blá blá blá”. Sempre na hora que eu tinha pressa pra alguma coisa.

E, agora eu posso falar sem medo de magoar o danado, como ele era feio. Parecia um ET. Um cabeção maior do que o do Ruy, ex-ala do Botafogo. O problema agora será eu me livrar dele. Tenho medo de jogar numa dessas latas de coleta de lixos especiais e ser preso sob suspeita de atentado.

Mas é melhor esquecer o que passou e falar do meu novo celular. Que brinquedinho bonito! Preto e prata, tipo coisa de “Emergente da Barra”. Tem câmera fotográfica, rádio FM... Deve até ter freio a disco e direção hidráulica. Tudo bem que era o mais barato da promoção “de grátis” da operadora. Li no jornal. Até pensei que fosse “pegadinha”. Fui à loja que nem criancinha assustada em dia de São Cosme e São Damião.

“Moça: é verdade que estão dando celular?”, perguntei.

“Pegue a senha”, ela disse.

“Pensei: pobre quando come galinha, um dos dois está doente”.

Essa é velha, eu sei. Mas preferi essa do que pensar que eles pediriam pra eu doar sangue pra alguma instituição de caridade. Toda vez que tiro sangue, desmaio. Mas era verdade. O celular é de graça mesmo. Tudo bem que eu vou deixar de pagar 35 pratas por mês pra pagar 135. E vou ficar mais uma vez preso à prestadora de serviços por mais 15 meses. Pedi ao rapaz que me atendeu pra tirar uma foto minha e mandar por e-mail. Deve ter ido pra Central Globo de Produção de Novelas. Dizem que sou muito parecido com o Reynaldo Gianechini. Até agora não recebi o e-mail.

Saí da loja todo orgulhoso com meu novo brinquedinho. Fiquei até com medo de ser assaltado; moro no Rio de janeiro, na zona norte. Será que fazem seguro de celular? Dei um monte de voltas antes de sair do shopping, olhando pra rodo mundo que passava ao meu lado. E agarrando firme o aparelho. Torcendo pra ele tocar e eu atender.

Quase pedi à dona que descia a escada rolante com um celular igual ao meu pra ligar a cobrar pra mim. Fui almoçar, abri a caixinha e peguei o manual de instruções. Como sempre, não entendi nada. Até agora, ninguém ligou pra mim. Parece que as pessoas fazem de sacanagem. Só porque eu estou de brinquedinho novo, ninguém me dá bola. Mas deixa estar. Só de molecagem vou deixar tocar pra receber meu primeiro recado.

E, claro, vou passar um trote pro pessoal do SPC.

4 comentários:

Vitor Sznejder disse...

Mas como podem te ligar, se vc ainda não deu o número do novo telefone, sô! Ou é o número antigo?

PC Guimarães disse...

Número antigo. Gostou da crônica? Tenho jeito?

Tião Martins disse...

Claro que vc tem jeito PC. Mas vai dar o maior trabalho pra te consertar.
Amanhã te ligo pra desejar feliz natal e testar o celular emergente.

PC Guimarães disse...

Valeu, Tião. Obrigado por me visitar a essa hora da noite. O número é o mesmo. Ainda não reativei o meu skype. Mas a gente pode falar através do skype que está comigo. Coisas da tecnologia.