Fala, Zé.
"Fala, Zé! Existe uma distância diametral entre o B-O-T-A-F-O-G-O dessa temporada e o Botafogo que os pessimistas tentam enxergar, só pela muleta das experiências regressas. Aliás, ao meu ver, isso é pura covardia de quem não tem coragem de ser feliz sem rabugice. Mas… Pois bem, pra não ficar só no achismo, resolvi listar essa polaridade com fatos. Vamos a eles:
O meu Botafogo tem míseras quatro derrotas em todo o ano e já provou e comprovou que vende cada insucesso mais caro do que poço de petróleo na Arábia Saudita. O deles fica ancorado na babaquice clichê do “Ah! Mas tem coisas que só acontecem com o Botafogo”.
O meu Botafogo conquistou 11, dos últimos 15 pontos disputados, mesmo tendo o doce roubado da boca no último suspiro, por duas vezes. O deles se encosta no lengalenga do “Todo ano é assim”.
O meu Botafogo se entrega pela vitória até quando não tem seu principal jogador e líder em campo. Sua por cada resultado e continua na cabeça da tabela. O deles fica calado sem ter o que responder.
O meu Botafogo mescla a experiência dos mais velhos com a dedicação dos mais jovens na dose certa, formando um grupo unido que, mesmo em crise financeira, joga como se estivesse recebendo adiantado. O deles… Bem, o deles que se foda, porque eu quero, vou e preciso confiar neste elenco do Botafogo de Futebol e Regatas. Eu sou desses!
Posso até cair ali na frente, Zé (o que sinceramente acredito que NÃO VAI ACONTECER), alguns rirão de mim. Pouco me importo. Assim seguirei de cabeça erguida e coração limpo por ter feito meu papel de torcedor e apaixonado por um Clube que me alimenta apenas com a sua própria existência.
Este ano vivemos uma atmosfera diferente. O panorama é outro. Essa é a virada de página que tanto esperávamos. Repito: por que não mostrarmos, principalmente à mídia, um Fogão diferente? Estamos mostrando. O nosso adversário de ontem, recentemente, foi prova existencial disso que estou falando: quando todos acreditam, unidos e mais fortes, dá pra ser. Chega de ficar com o porém do passado. CHEGA! Vamos viver novas passagens épicas, novas sensações. Vamos gritar pra todo mundo ouvir que o BOTAFOGO VAI SER CAMPEÃO! O momento é todo nosso. Só falta a gente escolher qual Botafogo quer enxergar.
Assim como o do vasco, o jogo de ontem também foi eletrizante. Mesmo fora de casa, com a pressão da torcida adversária, Zé, o nosso Fogão se impôs com garra, tanto que sempre comandou o placar, fazendo o lado de lá sempre correr atrás do prejuízo. O galim tinha a maioria das gargantas o empurrando, tinha um time entrosado, cheio de medalhões e viciado no palco do espetáculo. Nós tínhamos apenas uma Estrela imponente no peito e a entrega de todos para continuarmos ponteando o campeonato. Isso foi suficiente para arrancar os nossos aplausos. Clap, clap, clap! Valeu, Fogo!
Esse era um jogo duríssimo, Zé, que teve seu grau de dificuldade multiplicado pela mais fraca arbitragem que eu vi até aqui. Esse cara – Raphael Claus de SP – não tem condições de apitar mais nenhum jogo da primeira divisão brasileira. Não dá pra aturar sequer um tom de “mi mi mi” dos mineiros por um pênalti não marcado. A quantidade de falta e cartões que o juiz deixou de dar durante a partida – com certeza – interferiu muito mais no resultado do que aquela negligência dentro da nossa área quase no fim. Foi vergonhoso. Logo no início da partida, o Bicharlysson fez uma falta no Vitinho pra ela sair de camburão do campo. O infeliz nem cartão deu. Colocaram um juiz de bocha pra apitar nosso jogo. Essa é a CBF.
Abrimos o placar logo aos 13 minutos da primeira etapa, com o Elias escorando um escanteio bem cobrado pelo Vitinho, no primeiro pau. 1X0 pra arrancar um sorrisão do Seedorf, que estava no camarote. Sofremos o empate numa jogada maceteada, tipo vídeo game. Eles empataram do jeito mais sóbrio: de falta. Bem batida, por sinal. 1X1 que não dava pra desanimar. No segundo tempo, por incrível que pareça, conseguimos voltar melhores que o atlético e chegamos ao segundo gol com a nossa garra uruguaia. Ainda no intervalo, nas redes sociais, vi muitos Botafoguenses cornetando o Lodeiro. Na oportunidade destaquei: não vou entrar nessa de culpá-lo, porque ele fará o nosso gol da vitória. Dito e feito. Tá vendo, Zé? É por isso que insisto tanto que os primeiros que precisam acreditar somos nós. A partir daí, tudo acontece.
Foi um 2X1 que nos trouxe a confiança na vitória. Aí, mais uma vez, entrou em campo o imponderável. Na beira do campo, o quarto árbitro levantou aquela repetitiva placa com os acréscimos: “Até empatar!”. De novo aos 49 minutos, num lance sobrenatural, eles empataram. Vimos mais um time dito “grande” comemorando empate conosco como se fosse vitória ou título. Quer mais alguma prova da nossa superioridade nessa bagaça, Zé? Ao contrário do jogo contra a mulambada, Zé, não achei que o nosso time ontem se acovardou, pedindo o empate. Não. O Oswaldo não foi culpado dessa vez. Foi diferente. Foi casualidade mesmo. Agora é levantar a cabeça e seguir adiante com os punhos cerrados. Opa, por falar em cerrado: Alô, galera de Brasília! A força está com vocês. Sábado a disputa será aí. O Dória vai parar esse Cabañas do Centro-Oeste. O goiás que se cuide, porque esse é O MEU BOTAFOGO. Abraço, Zé!"
O nosso BOTAFOGO!
ResponderExcluir