quinta-feira, 5 de abril de 2007

O Gol 1.000 do Romário


Meu amigo de longa data Amaury Santos mandou a foto do Gol 1.000 do Romário. Agora eu acredito.
Ejá que falamos no assunto, um texto que publiquei no Jornal de Debates
www.jornaldedebates.com.br
O Rei sou eu
Paulo Cezar Guimarães
Diz a lenda do futebol que uma vez jogavam Santos e Vasco e o segundo ganhava do primeiro de 1 a 0. Fontana, zagueiro do Vasco, tri-campeão do mundo em 1970 na reserva de Piazza, era um zagueiro vigoroso, mas pouco técnico e resolveu tirar onda com Pelé. Bem próximo ao Rei do Futebol, chamou seu companheiro de zaga, Brito, titular da mesma seleção e perguntou:

“E aí, Brito? Você ouviu falar num tal de Rei?”.

Brito, cauteloso e preocupado, respondeu:
“Deixa disso, Fontana. Não provoca o homem!”.

Pelé ouvia calado. Fontana insistiu:
“Ouviu ou não ouviu falar? Eu não estou vendo Rei nenhum...”.

Faltando poucos minutos para acabar o jogo, Pelé fez dois gols e decidiu a partida. Antes de sair de campo, olhou para Fontana e disse:
“O Rei sou eu!”.

Sou um privilegiado. Vi Pelé jogar e vi Romário jogar. Mas vi também Reinaldo Rei, Paulo César Caju, Maradona, Zico, Beckenbauer, Falcão, Sócrates, Jairzinho, Rivelino, Gerson e, mais recentemente, Ronaldinho Gaúcho. Vi muito pouco Garrincha e Nilton Santos, em final de carreira. Ouvi falar de Di Stefano, de Puskas, de Zizinho, Ademir e Jair Rosa Pinto. Romário disse na televisão que depois de Pelé, vem ele. Seguido de Maradona e, depois de pensar muito, Zico. É. Pode ser.

Ontem eu vi o Romário na tevê. Contra o meu time, o Botafogo. A festa já estava pronta desde a segunda-feira passada, depois que Romário não conseguiu fazer o milésimo gol contra o Flamengo. Achavam que era “carta marcada”, “fato consumado” etc. Levaram um troféu horroroso para dentro de campo, a família do Romário recebeu crachás comemorativos e a torcida do Vasco compareceu em peso ao Maracanã. Tudo pronto para a festa. Chegaram a colocar uma rampa de acesso das cadeiras para o campo. O juiz disse que o jogo poderia ser interrompido para as comemorações.

Como sempre acontece nessas situações, não lembraram de combinar com o adversário. E esqueceram que Márcio Theodoro não joga mais no Botafogo e que Romário não é Pelé.

Manchete de hoje no jornal O Dia: “Gol 1.000 no Fogão? É ruim, hein...”.

2 comentários: