sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Artigo: "Me esqueçam!"


Me esqueçam!
Paulo Cezar Guimarães

Essa historinha é bem curta e presenciei há alguns anos. Tem tudo a ver com o nosso tema. Só que com um outro olhar: o de quem quer fugir da badalação. Contei para o meu amigo Marcelo Pontes, que à época era editor do "Informe JB" e ele publicou na coluna.

Todo mundo lembra do João Batista de Oliveira Figueiredo, autor da célebre frase "Me esqueçam!, né?". O cara era sempre notícia, mas, na realidade, detestava aparecer. Mas era bom de frases. Como: “quem for contra a abertura, eu prendo e arrebento” ou “prefiro cheiro de cavalo ao cheiro de povo”, entre muitas outras pérolas. Não dava entrevistas para a Imprensa e estava quase sempre de cara amarrada.

Pois bem: um dia eu estava esperando a minha vez de ser atendido no Oculistas Associados, em Botafogo, na zona Sul do Rio de Janeiro, e ele chegou.

Sozinho. Aproximou-se da recepcionista e disse que tinha hora marcada. A mocinha quis saber:

- Qual o seu nome?

- João - respondeu humildemente o ex-presidente da República.

- João de quê? - perguntou de novo a recepcionista.

- Figueiredo. João Figueiredo.

- O senhor tem plano de saúde?

- Não.

- Então seu João, senta ali naquele banquinho e aguarde a sua vez de ser atendido.

Publicado no "Jornal de Debates" (www.jornaldedebates.com.br)

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