quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
Crise dos jornais impressos? E tem gente que acha que só serve pra embrulhar peixe e forrar gaiola
Não é ainda caso de suicídio
Clóvis Rossi
DAVOS - A crise do jornalismo, o impresso pelo menos, entrou na agenda do encontro anual 2007 do Fórum Econômico Mundial. Pena que tenha sido em sessão fechada, com a participação de cerca de 80 jornalistas tidos como entre os mais "respeitados e influentes" do planeta.
Não posso, portanto, reproduzir o inteiro teor da discussão, mas resgato uma avaliação e uma pesquisa (do Gallup) que vão na contramão da perspectiva de fim dos jornais (ao menos do jornal em papel). A frase é de Mathias Döpfer, executivo-chefe do grupo de mídia alemão Axel Springer, publicada no ano passado pelo "Die Welt": "Precisamos tomar cuidado para não cometer suicídio por medo de morrer".
Alarmem-se, portanto, os leitores: não me sinto estimulado a cortar os pulsos. Ainda há vida para o jornalismo impresso, a única atividade remunerada que tive.
A pesquisa do Gallup é mais eloqüente. Feita com 55 mil pessoas de 60 países (o Brasil não está na lista), mostra que a mídia tradicional ainda é, de muito longe, a fonte principal tanto de informação como de análise.
Pego só os pesquisados com acesso à internet: 61% informam-se de notícias de seu país pela TV local, 4% por TVs globais, 10% por jornais/revistas e 7% pelo rádio (o velho e bom rádio).
Blogs, a badalada novidade, são fonte para apenas 3% dos pesquisados, marginal portanto. Para análises políticas, o resultado muda a favor dos jornais, que passam a ser fonte básica para 19%. Blogs, os mesmíssimos 3%.
O problema é menos, portanto, de público e mais de "modelo de negócio", comentou-se. Ou, acrescento, de como a mídia tradicional pode ganhar dinheiro ao usar, além do papel, também a internet como plataforma de informação. Posso, portanto, me aposentar sem cair em desuso.
Estou de molho com um tranco que dei na coluna, mas não sumi daqui. Realmente sempre notei que a grande dificuldade do impresso, é o modelo de negócios das empresas. Hoje em dia você assina jornal e ganha não sei mais o que e ainda podendo escolher que dia quer receber, sem contar que o preço aqui no Brasil é caro. O negócio é quebrar esse modelo e se criar um novo e será esse o jornal a sobreviver.
ResponderExcluirE você ainda acredita no que escreve o Clovis Rossi?
ResponderExcluirNão é questão de acreditar, Vicente. É para refletir.
ResponderExcluirDiscordo desse exercício hegeliano, de refletir sobre o nada. será que o Rossi não forçou a mão nesses linhas pra convencer o seu Frias de alguma coisa?
ResponderExcluirDiscordo desse exercício hegeliano, de refletir sobre o nada. será que o Rossi não forçou a mão nesses linhas pra convencer o seu Frias de alguma coisa?
ResponderExcluirDiscordo desse exercício hegeliano, de refletir sobre o nada. será que o Rossi não forçou a mão nesses linhas pra convencer o seu Frias de alguma coisa?
ResponderExcluirComo refletir sobre o nada, Vicente? E como posso saber o que se passa na cabeça do Rossi? Discordo dele em vários temas, já troquei e-mails invocados com ele, mas esse assunto me interessa. Deixa eu acabar de ler os jornais em papel, no sofá, que depois a gente reflete mais.
ResponderExcluirabs
Caro professor Paulo Cezar Guimarães,
ResponderExcluirNão se estabelece uma grande contradição quando o senhor vem defender meios de expressão jornalísticos jurássicos nesta moderna e revolucinária mídia eletrônica que é a internet?
Respondi vc, digo, a senhora, em comentário de outro post. Mas complemento: adoro ler jornal no ônibus, no metrô e, cá entre nós, na piscina, quando dá tempo. Afinal, sou um senhor, né? E não dá pra levar laptopo pra piscina. Os vizinhos me chamariam de besta e as crianças jogariam água no monitor.
ResponderExcluir