Revolução Cubana não deve sobreviver a Fidel, diz Vargas Llosa
Bruno GarcezDe Washington
Para o escritor, o regime cubano "vive de maneira muito artificial"
O escritor peruano Mario Vargas Llosa diz acreditar que o regime cubano não sobreviverá após a morte de seu líder Fidel Castro.
"É uma revolução morta, que vive de uma maneira muito artificial. Não creio que sobreviva a Fidel", afirmou o autor, em entrevista à BBC Brasil.
Na opinião de Vargas Llosa, "uma vez morto Fidel, o regime entrará em um período de desintegração".
O autor diz esperar, no entanto, que o desmantelamento do regime cubano ocorra de forma ordenada. "Só espero que esse processo seja pacífico", afirma.
Fim gradual
O escritor peruano avalia, no entanto, que a Revolução Cubana não desaparecerá do dia para a noite depois da partida de Fidel Castro.
"Creio que será algo gradual", diz Vargar Llosa. "É a impressão que dá, mas me parece impossível que isso possa ressuscitar".
No entender do escritor, o modelo castrista é um contra-exemplo para os recém-eleitos governos de esquerda latino-americanos como o de Rafael Correa, no Equador, e Daniel Ortega, na Nicarágua.
"Espero que os governos eleitos de esquerda não sigam Cuba ou a Venezuela, porque isso seria catastrófico para seus países. Tomara que sigam o Chile, o Brasil ou o Uruguai. Que se mirem em Lula, não em Chávez", afirma.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disputa a reeleição neste domingo e é um grande aliado de Fidel Castro.
Vargas Llosa foi o autor de clássicos da literatura latino-americana como A Guerra do Fim do Mundo e Tia Júlia e o Escrevinhador. Em 1990, foi candidato à presidência do Peru, mas acabou derrotado por Alberto Fujimori.
Na juventude, ele abraçou ideais de esquerda e foi um defensor da Revolução Cubana, mas há décadas se tornou um ardoroso defensor de princípios neoliberais e um crítico contumaz da esquerda latino-americana.
É, Llosa. Se Pantaleão morrer as visitadoras vão ficar sem rumo.
ResponderExcluirValeu, Rafael. Obrigado pelo interesse.
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