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"A falta de ética vestiu vermelho e preto, nas semifinais do Campeonato Carioca.
O time do Flamengo, ao entrar em campo, o fez em disparada, desconsiderando a tradição esportiva de entrar lado a lado com o time adversário; e deixando para trás, atônita, à beira do túnel, de mãos estendidas aos ídolos, a criançada ansiosa pelo momento épico de acompanhá-los. Uma grosseria.
À frente da tropa, furando a barreira de meninos, com a bandeira rubronegra em punho, soldado lançando-se à guerra, o capitão Wallace a fincou no centro do campo, como se o tivesse conquistado, antes mesmo de o confronto iniciar-se. Uma arrogância.
Conquistou apenas antipatia, principalmente dos pequenos torcedores, muitos ainda em formação, que jamais vão esquecer-se de que ficaram de mãos abanando, porque o indiferente xerifão e seus colegas bobalhões queriam, sobretudo, mostrar valentia aos adversários. Um grave erro.
Perderam a ética, a admiração de todos e o jogo, para um time que mostrou-se mais valente e competente e que, sem alarde, grosseria e arrogância, provou sua superioridade dentro e fora de campo.
Uma vitória incontestável do esporte sobre a prepotência, a deselegância, a falta de ética. Uma lição que o xerifão, o timeco, o técnico e os dirigentes do clube deveriam aprender e jamais repetir, em respeito aos adversários, aos torcedores, ao esporte e às tradições gloriosas do Flamengo."